Você não é o que pensam a seu respeito

Como o próprio título desse post (que mais vai ser um desabafo do que qualquer outra coisa) diz, somos completamente diferentes e até mesmo mais profundos do que as pessoas ao nosso redor podem imaginar, e assim são os outros também. Então qual a dificuldade em conviver com as pessoas sem esperar por cobranças, opiniões, críticas e até mesmo aqueles “achismos” que a nada levam? Vem refletir comigo!

Eu sempre tive em mente que se há 29 anos estou nesse mundo aprendendo, me reinventando, trocando de ideias, opiniões e quebrando até mesmo velhos padrões como não posso conceber que os outros não sejam assim também?

Por muito tempo achei que aquilo que chegava a meus ouvidos, ou o que eu “pescava no ar” bastava para completar uma linha de raciocínio e chegar a um julgamento. De fato muitas vezes acertei, mas em outras só pisei na bola. E para quebrar com esse vício de achar que sabemos de tudo e de todos resolvi me colocar na balança e refletir:

Será que sou o que pensam de mim? Então por que o outro é o que penso dele? E assim resolvi colocar tudo isso para fora de uma vez por todas!

O que o mundo quer enxergar?

Chegamos em uma época onde o slogan diz “tudo você pode!” mas a receita do bolo para ter esse “tudo” é um tanto quanto lenda. Cada vez mais surgem cases de sucesso para inspirar as pessoas e ditar uma ideologia de “Tá vendo? Ele conseguiu, então posso!” sem trazer o questionamento de: Será que quero o que ele quer? Será que podemos saber quem é alguém de verdade por um acerto? E por aí vão minhas dúvidas.

O mundo nos exige constantemente alcançar a vida perfeita: Tenha um imóvel próprio. Trabalhe. Pague as contas. Case. Tenha Filhos. Compre um carro melhor. Atualize seus estudos. Repagine o visual. E mesmo que você faça tudo isso quase que religiosamente o ciclo volta a seu início. É quase um loop eterno de Harder Better Faster Stronger tocando infinitamente como a trilha sonora de sua vida.

Só que não é o suficiente você fazer tudo isso se as pessoas não verem. Elas precisam saber, elas precisam acompanhar… e nesse Big Brother da vida, o que fica longe dos holofotes não ganha pontos. E vale tanto a pena assim seguir a regra? Ser mais um que morre tentando atender expectativas? A resposta obvia seria NÃO mas mesmo que racionalmente a gente não queira atender as expectativas, é quase que como por vontade maior acabar caindo dentro dessa cilada. Quer alguns exemplos? Então vamos continuar:

Quando o EU não é tudo de mim

Passei por muitos episódios em minha vida onde tentava justificar minhas ideias bobas e gostos. Vivia falando para todos “Ha eu sempre fui assim meio estranha, liga não” com aquela entonação meio que vergonhosa de mim mesma pois sabia que não me encaixaria no ideal do próximo. E percebo hoje que isso foi uma burrada tão imensa, porque hoje muitos que conheci jogaram contra mim utilizando o famoso e arrogante “Ha mas ela é assim mesmo né?” como se conseguissem me definir somente por uma unica característica. É um absurdo, e te digo aqui e agora: Você não é o que falam de você!!! Você não é o que pensam, julgam, gostam, não gostam, entendem, observam, ouvem…. você não é nada do que alguém um dia já viu a seu respeito.

O que mostramos para o mundo seria basicamente um guia rápido social para interação com nossa pessoa. Um resumo do resumo do resumo de toda uma vida cheia de experiencias. Gosto de fazer até o comparativo que mostramos nosso retrato as pessoas, um retrato que pode carregar várias marcas que as vezes não podem ser vistas de maneira tão simples.

Nesse processo de entender de que sou muito mais do que uma sinopse de minha pessoa na boca dos outros, percebi que é natural o julgamento. É natural a fofoca, é natural a cobrança, é natural o entendimento sem esclarecimento. O que não é normal é o impacto que isso teria na minha vida se eu continuasse a permitir tais ações. Não podemos mudar o que os admiradores da nossa obra pensam ao nos ver ali exibidos. Mas podemos mudar a forma de receber essa carga negativa em nossa vida. E aprendi que: não quero nada disso, obrigada!

Devolvo a todos que pensam X ou Y de mim seus próprios pensamentos. Quero conviver com os meus e com as coisas boas que aprendi nessa vida. Eu sou muito mais do que um resumo e sei que até a pessoa com o indicador levantado em minha direção também é.

E por isso nesse desabafo gostaria de dizer que: Você não é o que pensam a seu respeito! Existem muito mais coisas sobre você que ficarão guardadas para você, e outras que somente alguns irão conhecer. Aproveite essa maravilha que você tem: Você tem a si mesmo. Único e exclusivo e especialmente seu!