Fomos convidados pelo Cine Roxy para conferir Vice, outro dos filmes concorrendo ao Oscar. Neste longa, os bastidores do poder nos Estados Unidos são escancarados enquanto vemos a história de Dick Cheney, o vice presidente de George W. Bush.
Na juventude, Dick Cheney (Christian Bale) se aproximou do Partido Republicano ao ver na política uma grande oportunidade de ascender de vida. Para tanto, se aproxima de Donald Rumsfeld (Steve Carell) e logo se torna seu assessor direto.
Com a renúncia do ex-presidente Richard Nixon, os poucos republicanos que não estavam associados ao governo ganham imediata importância e, com isso, tanto Cheney quanto Rumsfeld retornam à esfera de poder do partido. Décadas depois, com a decisão de George W. Bush (Sam Rockwell) em se lançar candidato à presidência, Cheney é cortejado para assumir o posto de vice-presidente. Ele aceita, mas com uma condição: que tenha amplos poderes dentro do governo, caso a chapa formada seja eleita.
É com essa premissa que o filme nos apresenta uma espécie de “Comédia Biográfica” com leves toques dramáticos, o que é visualmente impressionante e destaca a qualidade do diretor Adam McKay, mas acaba por ficar confuso e deixar de lado partes importantes da história.
O filme se perde em diversos momentos, apresentando uma sequencia de fatos não muito interessantes e quase esquecendo de mostrar a figura de Dick Cheney, que teóricamente é o Biografado. No final do filme, você sabe muito mais o que Dick fez do que quem ele é, e o que ele fez não é algo que as pessoas não tenham consciência. Há também um esforço hercúleo para mostrar a incapacidade de George W. Bush de governar. Outro fato que não precisava de tanto esforço, uma vez que seu governo já é um dos mais criticados de toda a história dos EUA.
Christian Bale está transfigurado no papel de Cheney. Entretanto, os fatores externos limitam sua atuação a ser muito similar a sua contraparte real, sem muitas chances para o ator, que tem diversos exemplos de sua qualidade inquestionavel, brilhar como deveria nesse filme.
Steve Carell mostra mais uma vez que sua competência transpõe os limites de gêneros, uma vez que está brilhante nos momentos dramáticos do filme. Amy Adams começa muito bem, mas vai se perdendo na personagem ao longo do caminho e acaba por se fazer desnecessária no final dele. Uma pena pois a atriz tem trabalhos sensacionais e com certeza poderia ter sido melhor aproveitada.
Em resumo, Vice é um filme muito bom. Mas, infelizmente, filmes muito bons não ganham o Oscar, especialmente quando tudo no filme dizia “excelente”.
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