O filme foi lançado nos EUA em 2013 e somente este ano alcançou as salas de cinema no Brasil. Com Chirs Evans Jamie Bell, Tilda Swinton e John Hurt no elenco, Snowpiercer é adaptado de uma HQ francesa e mostra uma distopia pra lá de incrível.
O ano é de 2031, 18 anos após a Terra ter sido tomada por uma nova era glacial que devastou com a humanidade. Os sobreviventes foram agrupados dentro de um trem chamado Snowpiercer. O filme já começa mostrando um cenário tirano, e obviamente uma revolução para combater a milícia. As pessoas são divididas em vagões mediante sua classe social, e a trama gira em torno dos que ficam nos últimos vagões do trem, sendo os mais desmerecidos e com maiores problemas devido a péssima condição na qual vivem.
Nos primeiros instantes do filme já acontece o fator principal do longa todo, a revolução desta classe para tomar os outros vagões do trem. Seguindo a linha de outras franquias sobre mundo pós-apocalíptico, Snowpiercer tem todos os clichês de tramas assim: governo manipulador, tirania, fome e rebeldia. Mas o que prende a atenção para o filme é o quão bem elaborado ele foi produzido. Sem diálogos maçantes ou cenas que causem muito desconforto, tudo dentro de um teor de realidade aceito para a proposta de sobrevivência que o filme traz.
O longa crítica e faz analogias ao comportamento social das massas, onde a insistência em separar as pessoas em grupos diferentes é feita por acreditarem ser a melhor forma de se construir um padrão perfeito de sociedade, o que o filme mostra claramente que não é, pois sempre quem está em baixo é o alicerce de toda a cadeia, e se esse alicerce se revolta vira tudo de pernas pro ar.
O trem é chamado Snowpiercer (perfurador de neve) por ser uma potente máquina. Ele percorre através de uma linha férrea que foi interligada a todos os continentes, sem nunca parar, por exatos 365 dias. O trem tem resistência suficiente para manter todos a bordo a salvo da era de gelo em seu exterior, ele possui vagões para plantação de alimentos, criação de animais, fábricas e outras funções similares da sociedade urbana. Porém a forma de repartição deste ecossistema é feita de maneira cruel e injusta, causando revolta nos mais desfavorecidos.
O personagem Curtis (Chirs Evans) é o visionário da rebelião, que sonha em direitos iguais a todos os habitantes do trem. Ele também deseja devolver o trem para seu desenvolvedor Gillian (John Hurt). As cenas são incriveis e misturam na dose certa ação e interação entre os personagens. Momentos de aflição para as punições feitas pela hierarquia também ocorrem de maneira excelente, sem precisar apelar para o desconforto, além claro do desconforto moral. É legal ver filmes com o Evans que não sejam da franquia Marvel. Este é o quinto filme que acompanho de sua carreira e adoro sua interpretação suave, que cativa durante o filme todo.
A ambientação lembra muito as franquias de sucesso Jogos Vorazes e Divergente, onde cada vagão tem uma característica e é retratado de maneira cenográfica diferente (assim como os distritos e facções). E a personalidade caricata dos “mocinhos” também é bem semelhante, mas não deixa de ser maravilhoso de assistir e com um final surpreendente.
Nossa recomendação é mais que positiva, pode conferir que vai valer o ingresso!
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