Pantera Negra

Conferimos ontem (14/2) a convite do Cine Roxy, o novo longa da Marvel Studios que apresenta a história de mais um herói integrante do MCU. Pantera Negra, que apareceu pela primeira vez no filme Capitão América – Guerra Civil ganha agora sua história solo para os cinemas de forma madura e cheio de representatividade.

Após a morte do rei T’Chaka, o príncipe T’Challa retorna a Wakanda para a cerimônia de coroação. Logo após ser coroado o novo rei, T’Challa conta com o apoio de Okoye, a chefe da guarda de Wakanda, de sua irmã Shuri, que coordena a área tecnológica do reino, e também de Nakia, sua grande paixão para procurar de Ulysses Klaue, que roubou de Wakanda um punhado de vibranium, alguns anos atrás.

Nesta missão um segredo do passado do rei T’Chaka é revelado, colocando em risco não somente o reino de Wakanda mas o mundo todo.

WAKANDA FOREVER

Acho que me acostumei a assistir filmes da Marvel nos cinemas, fico sempre na mesma expectativa como se estivesse indo assistir o próximo episódio do meu seriado favorito. E Pantera Negra não deixou a desejar, foi mais um filme do Universo Cinemático que ganhou meu coração.

O filme tem começo, meio e fim… explicando de maneira ordenada o surgimento de Wakanda, a jornada de T’Challa para ser o novo rei e Pantera Negra, a aparição de um vilão desconhecido, os conflitos do herói e como tudo isso pode afetar o mundo.

Gosto de filmes assim, com essa pegada simples de enredo mas que te conta uma boa história sem precisar se afirmar tanto. E é exatamente isso que faz  o filme brilhar, sem apelar para o convencimento ou explicações, a película vai passando e você se deleita com a história contada.

O filme também é cheio de representatividade. O elenco é fenomenal e dá espaço igual para homens e mulheres atuarem, sem apelos sensuais, sem roupas curtas e qualquer outra forma de diferença entre gêneros.

O visual é extraordinário e nos leva a algo muito novo. O mundo de Wakanda apesar de ser repleto de tecnologia é muito voltado a cultura e tradição de ancestrais. O antigo e o novo se mesclam e criam um ambiente fantasioso muito bonito, mostrando que é possível manter tradições intactas e mesmo assim se aperfeiçoar.

O elenco principal é muito cativante. Além de Chadwick Boseman como T’Challa, Lupita Nyong’o como Nikia está maravilhosa. A atriz Danai Gurira como a general Okoye é sem duvida uma das personagens femininas mais fortes da franquia da Marvel. Já Laetitia Wright que interpreta Shuri, irmã de T’Challa é fantástica como uma pequena gênio de tecnologia, contestadora de regras e muito corajosa.

O vilão Ulysses Klaue interpretado por Andy Serkis tem momentos de brilhantismo, mas podia ser melhor aproveitado. Já Killmonger, vivido pelo ator Michael B. Jordan foi bem aproveitado no filme apesar da história rasa. o que gostei mais neste vilão é que seus objetivos são completamente humanos, ele sente raiva, abandono e traição, aspectos fáceis de se identificar.

A participação de Martin Freeman como Everett Ross me deixou muito feliz, pois tanto ele quanto o Bennedict Cumberbatch são atores do seriado Sherlock e saber que eles estão na mesma franquia me dá a esperança de que eles possam atuar juntos novamente.

O enredo gira ao redor do trono de Wakanda e das poderosas armas do reino. Apesar de parecer um plot já utilizado antes (lembra muito a franquia do Thor pelas intrigas sobre quem deve reinar Asgard), o filme  é bem mais humanizado no que diz respeito de propósitos.

***ALERTA SPOILERS****

Apesar de se tratar de uma briga de família, a situação é bem maior do que um herói de cabelos luminosos travando batalhas com seu irmão megalomaníaco por terem visões diferentes sobre o mesmo reino. Isso é o que vemos acontecer com Thor e Loki, e no novo longa Thor Ragnarok ambos devem ainda combater uma nova irmã que aparece para “brigar pela herança”.

Neste filme, T’Challa e Killmonger são primos, que viveram em realidades bem diferentes. Enquanto um era treinaod para ser rei o outro viveu na Terra, sem conhecer a história de seus ancestrais e sem a presença de seu pai, que foi morto pelo prórpio irmão….o rei T’Chaka.

Killmonger é movido por vingança, ele quer arrancar de T’Challa tudo o que ele possui para se sentir melhor do que sofreu no passado. Sua visão da realidade é deturpada por ter ficado durante muito tempo do lado fraco da corda, e assim ele decide enfrentar o atual rei e tomar seu lugar.

Ao destronar T’Challa em um duelo e se tornar o Rei de Wakanda, Killmonger decide que os Wankadanos que habitam em outros locais do planeta merecem receber armamentos de vibranium, o que levaria a descoberta do reino e a guerras serem travadas de maneiras ainda mais perigosas.

Em Pantera Negra o maior foco da situação fica sobre a responsabilidade de abrir ao mundo os recurso de Wakanda. É uma briga mais política do que fantasiosa, e levando para o cenário real muito comum de se entender todas as opinões e frentes de cada personagem.

Enquanto alguns são movidos pela tradição e outros pela obediência temos a frente dos que se sentem ainda injustiçados em um mundo de vastas desvantagens sociais.

Wakanda é um reino muito poderoso e avançado tecnologicamente, com recursos muito superiores ao que vimos das Industrias Stark. Tony não teria nem metade do poder aquisitivo que T’Challa tem em Wakanda (o que vai dar muito pano para a Guerra Infinita) e por isso a situação de deixar o reino fora dos holofotes ou entregar a mina do ouro a humanidade é uma questão muito discutida no filme.

Sabemos que grandes mentes podem fazer ótimos feitos com recursos ilimitados, mas mentes deturpadas fazem estragos estrondosos, e é aqui que o ponto da trama chega. E isso tudo vai acontecendo sem muitos momentos mirabolantes, ou efeitos mágicos apesar de ser um filme fantasioso.

Os diálogos por si só complementam o que vemos em cena, sem sensacionalismos ou explicações excessivas. Pantera Negra dá continuidade a boa forma que a Marvel tem de contar histórias de seres poderosos, sem dispensar suas falhas, conflitos e emoções individuais.

No geral é um ótimo filme de ação, com doses cautelosas de humor e cenários incríveis. É divertido e muito bonito.

Sarah Campos

Fundadora do Sahssaricando. Vive com a cabeça no mundo da lua, parou no tempo do Balão Mágico e tem alma oitentinha. Gosta de assuntos bons o suficiente para render horas de conversa e é uma eterna aprendiz da vida.

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