A atriz Emma Watson, conhecida pela personagem Hermione, da franquia Harry Potter, recentemente tornou-se embaixadora da ONU através da campanha de igualdade de gêneros, denominada HeForShe. O lançamento da campanha aconteceu em New York no dia 21 de setembro, e Emma fez um discurso muito forte e pessoal, contando sobre o impacto que tornar-se uma criança com imagem sexualizada causou em sua vida.
A atriz abriu seu discurso dizendo: “Você pode estar pensando, ‘Quem é essa garota de Harry Potter? O que ela está fazendo na ONU?’. E essa é uma boa pergunta. Eu venho me perguntando a mesma coisa. Tudo o que eu sei é que eu me preocupo com o problema e quero ajudar a melhorá-lo. E ter visto o que vi e poder ter essa chance fez eu me sentir responsável e querer falar algo. Edmund Burke diz que tudo o que as forças do mal precisam para triunfar é um bom homem e uma boa mulher que não façam nada. Em meu nervosismo para esse discurso, eu tive momentos de dúvida. Eu repetia a mim mesma, ‘Se não sou eu, quem será? Se não agora, quando?’. Se você tem dúvidas parecidas, quando a oportunidade aparecer, eu espero que essas palavras te ajudem, porque na realidade, se você não fizer nada, vai levar 75 ou até 100 anos para que as mulheres recebam o mesmo salário que um homem fazendo o mesmo trabalho. Depois de 2086, garotas na área rural da África terão a oportunidade de estudar o ensino fundamental”
Questionada sobre quando decidiu tornar-se uma feminista, a atriz respondeu: “Quando eu tinha oito anos, eu ficava confusa sobre ser chamada de ‘mandona’ porque eu queria dirigir as peças que fazíamos para os nossos pais. Mas os meninos não queriam. Aos 14 anos, quando eu comecei a ser sexualizada por certos elementos da mídia, aos 15, quando minhas amigas começaram a sair dos grupos esportivos que mais gostavam porque não queriam parecer ‘musculosas’, aos 18, quando meus amigos homens não conseguiam expressar seus sentimentos, eu decidi que eu era feminista”.
Ela disse ainda que muitas pessoas ainda não compreendem o que é o feminismo, e demonstra sua visão sobre o assunto: “Minha recente pesquisa mostrou que o feminismo se tornou uma palavra impopular. Mulheres estão escolhendo não se identificar como feministas. Aparentemente, eu estou entre a classe de mulheres que suas expressões sãos vistas como muito fortes, ‘muito agressivas, isoladoras e anti-homens’, até mesmo desinteressante. Porque a palavra se tornou tão desconfortável? Eu fui nomeada (embaixadora da ONU) há seis meses e quanto mais eu falo sobre feminismo, mais eu tenho me dado conta de que lutar pelos direitos das mulheres tem frequentemente se tornado sinônimo de ódio aos homens”.
Em seu encerramento, tremendamente aplaudido, ela conclui: “Ambos, homens e mulheres, deveriam se sentir livres para ser sensíveis. Ambos, homens e mulheres, deveriam se sentir livres para serem fortes. Se parássemos de definir um ao outro pelo que nós não somos e começássemos a nos definir pelo que somos – nós poderemos todos ser mais livres e é sobre isso que é a HeForShe. É sobre liberdade”.
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