Para quem está acompanhando as estreias do Netflix viu que a plataforma de streaming liberou o seriado do Luke Cage neste fim de semana. Não demorou muito para que nós aqui devorássemos mais esta história do Universo Marvel que traz mais um pedaço de um projeto que parece melhorar cada vez mais.
Luke Cage apareceu primeiramente no seriado Jessica Jones, também do Netflix, e agora retorna em sua própria série contando mais sobre a origem e o dia a dia do herói de aluguel. Repleto de referências aos quadrinhos e ao próprio universo Marvel, a série mantem o espetacular nível que seus antecessores tiveram, nos deixando ansiosos para a próxima estréia do Netflix: Punho de Ferro.
Luke Cage é um herói extremamente importante para o nosso mundo. Criado em 1972 para aproveitar a onda de Blaxploitation dos anos 70 (Blaxploitation é um movimento cinematográfico criado para o público afrodescendente, dos quais o mais famoso é SHAFT). Seu primeiro visual foi retirado das roupas comuns da era Disco, com uma camisa amarela berrante, uma tiara e braceletes de ferro, além de uma corrente no lugar do cinto para lembrar-lhe de sua época na prisão. Este visual é referenciado no seriado, e inclusive o nome utilizado para a série durante as gravações foi “Tiara”, para não atrair pessoas para os sets.
Um jovem nascido no Harlem que passou por sua fase de gangues e acabou sendo preso por um crime que não cometeu. Para diminuir sua pena, foi voluntário em um experimento científico, mas acabou sendo sabotado por um cruel carcereiro. O resultado disso foi um acidente que acabou dando a Luke algumas habilidades, entre elas super força e pele invulnerável. Quando saiu da cadeia, decidiu usar suas habilidades para ganhar dinheiro honestamente, sendo contratado como segurança e criou com seu amigo Danny Rand, o herói Punho de Ferro, uma agência chamada Heróis de Aluguel. Luke também trabalhou com diversos outros heróis, notadamente com Demolidor e Jessica Jones (ambos com seus próprios seriados no Netflix), esta última que se tornou sua esposa. O personagem teve um hiato dos anos 80 até 2001, sendo apenas coadjuvante em outros quadrinhos.
Em seu seriado, Luke está atualizado para o mundo moderno, mas mantém o clima de sua criação, com um elenco excepcional e uma trilha sonora arrasadora. A música é muito importante para o seriado, mais do que para os anteriores da empresa. Todos os episódios tem o nome de uma música do grupo Gang Starr, um influente grupo da costa leste dos Estados Unidos famoso pela união do Jazz com o Hip Hop. O seriado também brinca em diversas ocasiões com o termo “For Hire”, uma alusão a seu primeiro título de quadrinhos e ao nome de seu grupo com Punho de Ferro: Heroes for Hire. Os vilões estão também atualizados, mas todos eles são muito bem caracterizados e você consegue enxergar o quadrinho em diversas cenas.
Alguns personagens, como Turk Barret e Claire Temple (Rob Morgan e Rosario Dawson) vieram diretamente das outras séries para esta, linkando o universo da Netflix e preparando terreno para o futuro Defensores, seriado que juntará os heróis Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro. Claire durante muito tempo foi considerada pelos fãs como a Enfermeira Noturna, mas a confirmação de que a personagem aparecerá em Dr. Estranho fez com que Claire ficasse mais próxima a sua contraparte dos quadrinhos, de médica e interesse romântico do herói de aluguel.
O seriado também tem alguns toques bem legais e imperceptíveis para quem não conhece o herói. O fato de ser chamado “Power Man” por um de seus amigos, referência a seu codinome heróico dos anos 70, e o fato de Cage evitar falar palavrões dão toda a personalidade do herói que fãs estavam aguardando. Com certeza, é uma série que vale a pena assistir e nos prova que a Netflix está realmente se esforçando para fazer algo muito difícil: Agradar até mesmo os mais críticos fãs de quadrinhos sem perder a mão de fazer um seriado.
Leave a Comment