Sem sombra de dúvida, o Homem Aranha é um dos personagens mais icônicos e famosos do universo Marvel. A história de Peter Parker já foi contada, recontada, refeita inúmeras vezes gerando resultados tanto positivos quanto negativos. Fomos convidados pelo Cine Roxy para assistir o filme Homem Aranha no Aranhaverso, animação que estreou recentemente sobre o amigão da vizinhança.
Uma das versões mais positivas do herói foi quando o transportaram para o universo ultimate, dando origem ao jovem Miles Morales, um garoto do brooklyn que tem que substituir o manto carregado por Peter por conta de um acidente e uma série de problemas. E é justamente aqui que o filme Homem Aranha no Aranhaverso começa.
Esse filme mostra todo o trabalho de base feito pela Marvel Studios, uma vez que a alguns anos atrás seria impensável mostrar nos cinemas um homem aranha que não fosse o Peter Parker. Após uma década de filmes de super heróis, reviravoltas, perdas e sucessos, o público começou a entender o funcionamento de uma linha de quadrinhos, e está mais propenso a aceitar determinadas mudanças.
A trama do filme é simples, e levemente baseada na saga original dos quadrinhos. O adolescente do Brooklyn Miles Morales se torna o Homem-Aranha após a morte de Peter Parker. Numa das suas aventuras, ele descobre o Aranhaverso, um universo de diferentes dimensões em que outros heróis usam a máscara do Homem-Aranha. Assim, somos apresentados aos poucos aos outros protagonistas dessa história: Um Peter Parker mais velho, que perdeu mais do que agüentava e acabou se perdendo também, Spider Gwen, uma versão alternativa de Gwen Stacy que foi picada no lugar de Peter, mas que tem sua própria tragédia pessoal para lidar, Homem Aranha Noir, um herói amargurado dos anos 30 como um personagem noir deveria ser, Peni Parker, uma jovem japonesa que usa um robô para auxiliar no combate ao crime, e o Porco Aranha, versão cartunesca e estilizada do cabeça de teia.
Cada herói funciona singularmente em seu universo, criando uma animação primorosa que mistura diversas técnicas sem parecer estranho ou sem foco. As decisões de roteiro aliadas a direção de Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman tornam o filme sério mesmo com diversos pontos de humor no meio do caminho. Miles é um personagem altamente carismático e é fácil identificar-se com ele enquanto o longa se desenrola.
Os traços de Homem-Aranha no Aranhaverso são diferenciados como se estivéssemos lendo um quadrinho, há o avanço de páginas, os balões que representam pensamentos de Miles e as cores apaixonantes que compõem uma explosão de vivacidade. A dublagem está sensacional e os atores deixam os personagens factíveis e coerentes.
Devido ao recente falecimento de Stan Lee, existem homenagens ao criador do personagem durante o filme, mas sua aparição é um dos momentos mais marcantes. Sem saber o que viria pela frente, a cena é tocante e simples, nos deixando movidos pela beleza da cena. Referências aos filmes anteriores da Marvel e do cabeça de teia são freqüentes, tornando divertido procurá-las durante o longa.
O filme é sensacional, tanto por suas inovações em roteiro quanto em arte. É a prova de que a Marvel está pronta para ampliar sua área de atuação. Onde antes a empresa falhava, agora parece estar acertando cada vez mais, trazendo uma mais que bem vinda restauração em um gênero que já não sabia se conseguiria se manter.
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