Embora poucas pessoas conheçam a nomenclatura do termo, a ética da reciprocidade, também conhecida como regra de ouro ou regra áurea, é muito utilizada como argumento filosófico de diversas religiões e linhas de pensamento.
A premissa máxima da ética da reciprocidade é que pode ser usada como uma injunção tanto negativa quanto positiva:
- Cada um deve tratar os outros como gostaria que ele próprio fosse tratado (forma positiva).
- Cada um não deve tratar os outros da forma que não gostaria que ele próprio fosse tratado. (forma negativa ou proibitiva).
Em ambos os casos, a base é tratar os outros como gostariamos de ser tratados. Desta forma, a idéia expressa pela linha de pensamento é registrada de uma forma ou de outra na maior parte das religiões organizadas bem como através da filosofia, psicologia, sociologia e até mesmo nos estudos de economia.
Quando tratamos as outras pessoas da forma que gostariamos de ser tratados, estamos levando uma relação gentil, agradável e acolhedora para outra pessoa, que se torna mais receptiva na situação. Assim, elementos como gentileza, prestatividade, rapidez e empatia acabam sendo resultados rápidos e eficientes deste tipo de relação. Ao fazermos o oposto, acabamos tendo uma relação que, por mais superficial ou curta que seja, será invariavelmente uma experiência ruim para ambas as partes.
Partindo desta premissa básica, podemos nos desenvolver como seres humanos melhores e mais completos. Por conta da importância dessa linha ética para as relações humanas, ela ganhou o título de “regra de ouro”, aquela que está acima de todas as outras.
Veja abaixo algumas citações de diversas religiões a respeito da Ética da Reciprocidade:
No zoroastrismo: Um caráter só é bom quando não faz a outros aquilo que não é bom para ele mesmo. − Dadistan-i-Dinik 94:5
No budismo: Não atormentes o próximo com aquilo que te aflige. − Udana-Varga 5:18
No confucionismo: Não façais aos outros aquilo que não quereis que vos façam. − Analectos de Confúcio, 12.2 e 15.24
No hinduísmo: Esta é a suma do dever: não faças aos demais aquilo que, se a ti for feito, te causará dor. − Mahabharata (5:15:17)
No judaísmo: O que é odioso para ti, não o faças ao próximo. Esta é a lei toda, o resto é comentário. − Talmude, Shabbat 31ª
No islamismo: Nenhum de nós é crente até que deseje para seu irmão aquilo que deseja para si mesmo. − Suna
No cristianismo: Portanto, tudo que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles. − Jesus, no Sermão da Montanha
Quando agimos com as outras pessoas como gostariamos que agissem conosco, não só há uma melhora no convivio imediato, como também perdura para vários ciclos de pessoas aquilo que propagamos.
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