Dungeons and Dragons 5.0

Fui apresentado ao RPG ao 13 anos de idade, e desde então, o jogo de interpretação tem feito parte da minha vida. Sempre fui apaixonado por fantasia medieval e ficção científica, e a idéia de um jogo no qual eu pudesse vivenciar estes cenários por meio da imaginação era encantador. E dentre todos os sistemas que já joguei, o que mais me cativa é o Dungeons and Dragons. Talvez por ter iniciado no hobby pela primeira edição de Dungeons and Dragons, ainda vendido como um jogo de tabuleiro pela Grow, ou até mesmo pela similaridade com minha saga de livros favorita, O Senhor dos Anéis, o sistema lançado pela TSR sempre me fascinou. E a amplitude que sua segunda edição – Advanced Dungeons and Dragons – me trouxe me cativou definitivamente como fã. Os diversos universos para explorar, a complexidade de personagens e histórias e a forma simples como tudo se encaixava me fez ficar avido por mais. A 3ª edição (conhecida como D&D 3.0) chegou em minhas mãos no dia do lançamento mundial, tamanha era minha ansiedade em jogá-lo. Com uma proposta inovadora, o sistema era aberto para adaptações de qualquer pessoa, passando a se chamar “D20 System”. Com o tempo e a idade, foi se tornando cada vez mais raro passar uma tarde de domingo explorando novos mundos e salvando-os de perigos inimagináveis, mas mesmo com as dificuldades da vida real, ainda tinha tempo para ler, procurar e até me tornar narrador “oficial” da Wizards of the Coast, empresa atualmente responsável pela franquia.

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E eis que em maio de 2014 surge um anúncio que empolgou toda a geração de pessoas que, como eu, são apaixonadas pelo jogo: A 5ª edição era uma realidade e seria lançada no final do ano. Após a decepção de muitas pessoas pela 4ª edição, que teve uma proposta bem diferente, que não agradou a maioria, a expectativa pelo que estava por vir aumentou consideravelmente. Aqueles que haviam gostado da 4ª edição esperavam pelas melhorias, enquanto os que não haviam gostado esperavam que as mudanças que ocorreriam trouxessem um pouco daquele velho D&D que estávamos acostumados.

Agora, após um breve período do lançamento, onde foi possível experimentar o novo jogo, posso dar uma opnião mais completa sobre o mesmo, citando alguns pontos que acho essenciais.

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A primeira atitude que achei muito legal é que o jogo está abrindo seus horizontes. Após os 40 anos de sua existência, não é mais exclusivo para pequenos nichos. A popularização da cultura geek/nerd trouxe uma gama maior de interessados, dos mais diferentes tipos. Então o jogo deixou de se tornar elitista. A Wizards of the Coast distrbui em seu site oficial uma versão simplificada do jogo gratuitamente, contendo todas as informações básicas em 115 páginas que permitem a qualquer um montar seu grupo de jogo. As únicas limitações são as raças e as classes de personagem, que são reduzidas se comparadas ao livro Player’s Handbook.

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As regras do jogo nesta 5ª edição estão extremamente simplificadas, embora o jogo continue complexo. A idéia nesta agora é manter o sistema intuitivo, tirando uma série de regras desnecessárias e complicadas. Não é mais necessário ficar decorando um monte de informações para conseguir jogar.

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Os personagens estão mais parecidos com os jogos antigos. As mudanças da quarta edição não agradaram, tornando-os mais parecidos com personagens de jogos de video-game, e a quinta edição consertou a criação de personagens, com as regras sempre empurrando o jogador para o lado da interpretação e deixando de lado a escala artificial de poder.

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A arte é muito bacana, e coesa entre os diversos artistas convidados. Os personagens caracterizados nas pinturas dão uma imensa amplitude de raças, cores, gêneros e opções sexuais. Um ponto muito bacana desta edição é que ela é bem inclusiva, e tenta tirar a idéia binária sobre gêneros. O livro inclui até mesmo a frase “a orientação sexual do seu personagem é uma decisão exclusivamente sua.” As armaduras femininas são razoáveis e práticas, tirando o estigma de que personagens femininas tem que usar peças minúsculas de roupas.

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A Wizards está se aliando ao mundo digital, com o intuito de incluir ferramentas para auxiliar tanto os jogadores quanto os narradores. A ferramenta é integrada ao D&D Insider, e inclui não só ferramentas como criador de personagens e compêndio de informações, como também um guia para narradores e duas revistas mensais, a Dungeon Magazine (focada nos narradores) e a Dragon Magazine (para jogadores).

Até o momento o jogo está bem cativante, com grandes projetos para o futuro. Grupos de fãs estão se movimentando e adaptando cenários do clássico AD&D para as regras da nova edição, e o grupo brasileiro de D&D no facebook traduziu o pdf com as regras básicas, disponibilizando-o para download gratuitamente também. Os livros básicos podem ser encontrados em diversos sites nacionais, e a média de preço é de R$128,50.

Agora é só montar seu grupo, separar seus dados e começar a se aventurar nos épicos mundos de Dungeons and Dragons!

Alvaro Ramos

30 anos, marido da Sah e co-fundador do Sahssaricando. Gosta de tudo relacionado ao mundo Geek, RPG e muito Metal!

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