O Curta Santos – Festival de Cinema de Santos atinge sua décima sétima edição em 2019 e propõe um formato descentralizado, ampliando a ocupação de territórios da cidade e facilitando o acesso da população às 105 sessões gratuitas e oficinas de iniciação ao audiovisual que compõem a programação.
Entre os dias 1 e 6 de outubro, 68 obras de doze estados brasileiros, entre curtas, longas, webseries e videoclipes serão exibidos simultaneamente em diversos locais.
A principal novidade é a Tenda Cinelândia, com 200 lugares, especialmente idealizada para o evento. Trata-se de uma ocupação com cinema de rua na Praça dos Bandeiras, na Praia do Gonzaga, que renova a ligação histórica do bairro com a sétima arte. Após cada sessão exibida na tenda, haverá um bate-papo entre o público e os realizadores, mediado pelo crítico de cinema Celso Sabadin. Ainda na orla, o tradicional Cine Arte Posto 4 também receberá filmes.
O festival também poderá ser visto nas novas salas de cinema das Vilas Criativas da Penha, Vila Progresso e Vila Nova; no Instituto Arte no Dique e no Centro Cultural da Zona Noroeste.
“Consolidamos uma grande janela de exibição para a região e seguimos formando plateias, incentivando realizadores e inspirando iniciativas. A conquista do selo da Unesco como Cidade Criativa no segmento cinematográfico certamente reflete também a amplitude deste trabalho”, afirma Ricardo Vasconcellos, diretor geral e produtor executivo do festival.
Noite de Abertura
O teatro do Sesc Santos, na Aparecida, sediará a NOITE DE ABERTURA, terça-feira, dia 1º de outubro, às 20h, com retirada de ingressos na bilheteria da unidade. Em cartaz, o documentário Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar, de Marcelo Gomes, inédito na região. O longa foi premiado este ano do Festival É Tudo Verdade e conquistou a crítica no Festival de Berlim.
Outra atração da noite será o recital Cine Concerto, trilha sonora ao vivo composta e executada por Anselmo Mancini, acompanhado pela violinista Maria Emília Paredes, para filme criado por Thátia Freitas e Raquel Pellegrini, dedicado aos clássicos do cinema nacional.
Também está programada a exibição de dois curtas-metragens: Drawing Life e Xingu, O Rio Que Pulsa em Nós, antecipando uma das mostras especiais desta edição, a homenagem ao Festival Anima Mundi, por sua por sua contribuição ao cinema de animação no Brasil.
“Para nós, que trabalhamos pela difusão do audiovisual nacional, é um momento ímpar. Nunca se produziu tanto conteúdo, temos novas tecnologias e narrativas à disposição e nossas produções acumulam prêmios em festivais internacionais. Por outro lado, existem desafios que vão desde a regularização do Video On Demand até o cancelamento de editais para obras com temática negra e LGBT e a extinção do Ministério da Cultura”, comenta o diretor artístico Júnior Brassalotti.
Mostras Especiais
Durante a semana, além da Mostra Oficial (Olhar Brasilis e Olhar Caiçara) e da Mostra Anima Mundi, também vão circular pelos locais de exibição a sessão Curta Matinê – uma coletânea de filmes voltados para o público infantil já exibidos em outras edições do Curta Santos.
Em parceria com a Mostra das Minas, haverá uma sessão do longa-metragem “Espero tua (Re) volta”, com direção de Elisa Capai, vencedor do prêmio da Anistia Internacional e do Prêmio da Paz no Festival de Berlim deste ano, onde estreou. Trata-se de um retrato do movimento estudantil que ganhou força a partir d 2015, ocupando escolas estaduais por todo Brasil. A obra será apresentada no sábado (5), às 17h, na Vila Criativa da Vila Progresso.
Também no sábado (5), a Tenda Cinelândia recebe extensa programação: às 17h, acontece o Encontro do Movimento Audiovisual da Baixada Santista, seguido da Mostra de Videoclipe Caiçara (19h) e de uma sessão especial do filme Sócrates (20h), longa de Alex Moratto gravado em Santos, já contemplado com premiações no Festival Mix Brasil e Spirit Award (EUA), entre outras. Após a sessão será realizada a Cerimônia de Premiação do festival.
Outro destaque é a estreia da autora santista Neyde Veneziano na direção cinematográfica. Doutora em teatro de revista, ela está à frente de Mamãe, Quero Ser Vedete, um média-metragem com as últimas entrevistas de Virgínia Lane, Marly Marley e Esther Tarcitano, além de depoimentos de Claudia Raia e Sílvio de Abreu. Serão três sessões no domingo (6), no Cine Arte.
A organização do Curta Santos dedica esta edição à memória de Rubens Ewald Filho, Ruth de Souza, Edina Fujii, Carlos Cortez, Caio Junqueira e Gustavo Sandoval.
OFICINAS DE AUDIOVISUAL
As oficinas de audiovisual do Curta Santos, em parceria com o Sesc Santos, ocorrerão simultaneamente no dia 5 de outubro, sábado, das 10h às 17h, em três locais: na Vila Criativa da Vila Progresso (R. Moisés / Antiga Rua 3), na Vila Criativa do Morro da Penha (R. Brig. Newton Braga, 39) e no Instituto Arte no Dique (Av. Brig. Faria Lima, 1349 – Jd. Rádio Clube).
Interessados a partir de 14 anos podem se inscrever pelo site (www.curtasantos.com.br) ou pessoalmente, de segunda a sexta-feira, nos respectivos endereços que sediarão as oficinas. Em todas elas, a seleção será por ondem de inscrição.
Oficina Básica de Audiovisual para Mulheres
+ SESSÃO “MOSTRA DAS MINAS” | Coordenação: Iasmin Alvarez | 15 vagas
A oficina tem como objetivo despertar o olhar cinematográfico, por meio de dinâmicas e práticas as participantes, sob a ótica feminina na direção. Em seu encerramento serão exibidos filmes que compuseram a Mostra das MINAS. Iasmin Alvarez é realizadora audiovisual e diretora do Mostra das MINAS, evento com filmes dirigidos exclusivamente por mulheres.
Oficina de Introdução ao Audiovisual
Coordenação: Noise Coletivo | 15 vagas
Os participantes conhecerão todas as etapas da produção cinematográfica, do roteiro à direção, da sinopse aos equipamentos necessários para a realização de um filme. Serão orientados na criação da sinopse e roteiro de um projeto com o tema “Educação”; e estimulados na captação de material que será posteriormente editado e enviado aos participantes. No encerramento será exibido o filme: Você só dá aula?
Oficina Prática de Audiovisual
“Ver e pensar, por meio da câmera, o bairro e a cidade”.
Coordenação: Ailton Martins | 20 vagas
A oficina tem o objetivo em seu desenvolvimento a introdução à linguagem documental/jornalística: luz, imagem, áudio e técnicas de entrevista. Ailton Martins, é fotógrafo, jornalista e produtor audiovisual independente, com foco em Direitos Humanos. É o diretor da websérie: Habitação: Caminhos para Cidades mais justas.
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