Consciência x Consumo

É difícil falar sobre consumo e consumismo, pois geralmente o pensamento que vem na cabeça das pessoas é : “Ué? Mas você é blogueira! Naturalmente apoia o consumismo falando de produtos novos e testando coisas novas o tempo todo”.

De fato a pessoa que mencionou isso não está de todo errado, blogueiras ajudam a disseminar o consumo sim. Mas a pergunta aqui é: Como o fazem? Eu acredito em consumo, vivemos dele para as menores coisas da vida. Precisamos ingerir coisas, utilizar de outras e até mesmo criamos o hábito de almejar coisas. É ruim? Não! É perigoso? Sim.

O ruim do consumismo é seu vício. É bom ter coisas, quem não quer? O problema é quando nunca é o suficiente, e 10 pares de sapatos viram 50, e magicamente 300. Batons, esmaltes, primes, blushes, sombras….infinitos “S” em cada palavras digitada, tudo no plural e se multiplicando o quanto pode. Você pode até achar que isso se trata de diversividade, ter um item certo para cada ocasião. Sim! É justo, você pode ter, é seu oras. Mas o que você pode fazer com tudo isso a hora que não te servir mais?

A primeira vez que discuti sobre consumo excessivo foi com amigas melisseiras, das quais assim como eu são consumidoras fiéis da marca e amam cada lançamento. E nessas conversas sempre rolava a pergunta: “Quantas Melissas você tem?”. Umas mais tímidas diziam estar começando a “coleção”, outras ariscavam um “Nossa nem sei contar mais”, e outras falavam números impactantes “Devo ter passado de 200”. E eu na história? Simples: “Quando chegam pares novos, outros pares vão dar tchau”.

Aliás não sou a única que pratica isso não, tenho amigas que sempre fazem logística no guarda roupa. E por que? Não é querendo ser boazinha e pagar de samaritana que vai salvar o mundo, mas o consumo desenfreado não atinge somente ao mundo e seus aspectos ambientais, antes dele causar esse estrago todo lá fora ele estraga você e seu dia a dia. Como? Ocupando espaço, cultivando um comportamento de acumulação, impedindo que você economize para outra coisa bacana na vida além de comprar…e já cheguei a ver casos de brigas com pais e namorados por conta de não saber a hora de parar de alimentar o “vício”.

Eu amo meus sapatos, e sei que se eu adquirir por exemplo 5 modelos novos, pelo menos 3 vão só pegar pó, e eu posso muito bem fazer algo útil com eles, para mim e para alguém. O primeiro passo que muitas melisseiras começaram a fazer foram trocas, onde negociam sapato por sapato ou por outro item a escolha, e eu acho isso muito bacana. Você consegue fazer proveito de seu produto e não o descarta de forma banal. Outro passo foi o desapego, as lojinhas on line para desapegar coisas antigas são uma ferramenta genial para você se desfazer de maneira consciente de um item, ganhar um dinheirinho e fazer uma garota feliz por ter comprado com um preço melhor. E em outros casos existe a doação. Muita gente precisa, e precisa mesmo, de roupas, sapatos, itens para casa….. é só procurar pontos de doação ou até mesmo doar para aquela pessoa que você conhece e que sabe que vai ficar feliz em ter ganhado algo de alguém que ela conhece e sabe que utilizou bem.

Entendem agora do que digo por saber consumir? A diferença entre ser consumista e consumidor está na responsabilidade. A responsabilidade pode começar pela gente, no nosso blog mesmo.

Por exemplo, se eu comprei/ganhei um produto para resenha e o amei, vou falar sobre ele e usá-lo até a ultima gotinha. Afinal ele me fez bem não vou querer desperdiçar. Se não curti e não achei legal, devo contar minha experiência com o mesmo, mas não vou jogá-lo fora. Posso passar para alguém, pois sei que pode servir melhor em outro do que em mim (tirando casos extremos de produtos que fazem mal a saúde e etc).

Isso pode soar bobo para a maioria das pessoas, afinal são coisas que todo mundo sabe que são possíveis de se praticar. Mas se formos ver a reação em cadeia de cada pequena atitude singular nos deparamos com um resultado absurdo e horrível. Então toda prática de reciclagem e reaproveitamento de produtos é necessária. Saber como descartar seu lixo, cuida bem de suas roupas e desapegar delas para abrigos e instituições, reaproveitar maquiagens, abrir lojinhas de desapegos, trocar itens entre amigas, tudo isso são praticas super legais e úteis. Muitas garotas já aderiram a esse consumo inteligente. E você, quer começar? Então vamos fazer uma lista de coisas que podemos praticar.

1 – Customizar

Antes de sair tirando do guarda roupa tudo o que você não quer mais veja se não é possível transformar esses itens em outras coisas. Pesquisei bastante sobre “customização” e muitas garotas já praticam transformando um jeans velho em novo, camisetas e blusas antigas e sacolas, brincos e outros acessórios em enfeites para caixinhas. Enfim, existe uma variedade enorme de coisas que podem ser customizadas e recicladas. Eu me atrevi em algumas coisas, mesmo não sendo tão boa com trabalhos manuais e vou postar em breve lá no Eu Testei.

2 – Separando roupas para doar

Tem gente que faz uma coisa que considero triste e horrorosa, que é doar roupas mofadas e rasgadas. Eu levo em consideração o próximo, seja quem for e em que condição for não me sinto bem com a idéia de passar a frente algo que não tem condições de ser usado ou aproveitado. Cuide bem do que é seu e do que você vai passar adiante. Conheço pessoas que trabalham em bazares e brechós que fazem conserto de roupas, então se for por problema de rasgado ou manchas muita gente resolve, mas existem casos e casos. Avalie bem. E não faz mal entregar roupas para doação limpas e passadas, você poupa o trabalho de muita gente e faz um gentileza bacana.

3 – Produtos para trocas em redes sociais.

Citei lá em cima o quanto acho produtivo existirem trocas entre pessoas mas ta aí uma coisa que pode ser dor de cabeça se não for feito com bom senso. Quando anunciamos um produto para troca temos de ter a consciência de que esse produto não é novo. Independente de ter sido usado uma, dua ou mil vezes…. ele não vale mais o que valia na loja. O que você busca quando vende ou troca um produto usado não é lucro mas sim uma espécie de ressarcimento. Como uma “nota fiscal paulista”, como costumo chamar. Você paga pelo produto, usa e no final pode ter uma parte deste valor de volta, seja em dinheiro ou em outra coisa. Mas não engane seu comprador, lembre-se que você também está nesta fila e quer aproveitar boas oportunidades.

4 – Artesanato

Chamado por muitos de DIY (Do It Yourself), você pode confeccionar várias coisas novas a partir de outras com itens comuns do dia a dia, como garrafas pets, rolo de papel higiênico, revistas antigas, papel de presente…. é bem bacana e alivia a cabeça.

5 – Feiras, bazares e lojas on line

É possível ofertar seu produto para mais pessoas além das que você conhece. Sites on line te permitem anunciar produtos para o país todo, cobrando uma taxa em cima do produto. O lado bom é que o produto vende muito rápido pelo alcance de visualização, o lado ruim é ter de comparar o preço da taxa cobrada pelo e-commerce em cima do seu produto, as vezes não vale a pena. Muitas pessoas também tem o costume de se reunir e montar feirinhas em salões de festas. Esses eventos costumam ter de tudo, lojinhas, brechós, música e até comes e bebes. É um passeio muito bacana para garimpar coisas, fazer amigos e se divertir. Para vender nessas feirinhas geralmente se paga uma taxa por estande ou mesa, a taxa é conversada com os criadores do evento e sempre pode ser negociada.

6 – Reconstruindo maquiagem

Essa me impressionou pra caramba! Já vi muitas blogueiras demonstrando como fazer, mas a primeira vez que vi achei que não dava certo e que poderia adulterar a qualidade do produto, mas não é nada disso! O produto fica como novo e você não tem prejuízo. É muito bom!

Bom, dito tudo isso é só colocar em prática. Faz um bem danado para você, para mim e todo mundo.

Imagem: dnaeconomico.blogspot.com

Sarah Campos

Fundadora do Sahssaricando. Vive com a cabeça no mundo da lua, parou no tempo do Balão Mágico e tem alma oitentinha. Gosta de assuntos bons o suficiente para render horas de conversa e é uma eterna aprendiz da vida.

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