A Semana Fashion Revolution, um marco anual no ativismo da moda global, retorna em 2024 com o propósito de ampliar a conscientização sobre os impactos sociais e ambientais da indústria da moda, além de fomentar a mobilização de diversos atores sociais em prol de mudanças positivas no setor. Motivada pela data que remete à tragédia na fábrica Rana Plaza, em Bangladesh, ocorrida em 24 de abril de 2013 e que vitimou mais de 1.100 trabalhadoras e trabalhadores da moda, a campanha se estenderá por 10 dias, de 15 a 24 de abril, oferecendo, no Brasil e em outros 80 países, centenas de ações ativistas, debates e eventos que impulsionam o potencial revolucionário da moda.
Fernanda Simon, diretora executiva do instituto no Brasil, descreve a Semana Fashion Revolution 2024 como “um momento especialmente significativo, pois além de marcar a celebração dos 10 anos da campanha, também é uma oportunidade para avaliar o progresso que nossa rede ajudou a promover no setor ao longo da última década”. Um exemplo dessas transformações pode ser visto pelo aumento progressivo do engajamento da nossa rede no país: em 2023, foram realizados mais de 600 eventos, impactando diretamente mais de 45 mil pessoas no Brasil inteiro, o que demonstra que, a cada ano, mais pessoas estão se mobilizando para mudar positivamente as estruturas do atual sistema da moda.
As ações que serão promovidas nestes dez dias envolvem os mais diversos atores sociais, incluindo governantes, sociedade civil, líderes comunitários, estudantes, acadêmicos e a própria indústria da moda, que é a maior responsável pelos impactos socioambientais em larga escala. Com iniciativas que vão desde paineis de discussão e workshops até campanhas ativistas nas redes sociais, o objetivo é incentivar a transparência, a ética e a sustentabilidade em toda a cadeia de produção da moda. É a oportunidade para questionar as práticas convencionais da indústria atual e impulsionar mudanças em direção a um modelo de produção que assegure os direitos humanos e da natureza.
Como Revolucionar a Moda? Clima, Raça e Gênero
Para 2024, a Semana Fashion Revolution adota o tema Como Revolucionar a Moda, inspirado no trabalho e nas iniciativas da comunidade global de ativistas da moda. O propósito central é debater e repensar, colaborativamente, o que significa fazer parte da revolução. Busca-se, assim, inspirar ativistas a promoverem e participarem de ações que pensem a moda de maneira sistêmica, destacando e problematizando as intersecções do setor com as questões climáticas, raciais e de gênero.
Atualmente, temos vivido momentos decisivos para o futuro da humanidade e da vida na Terra. Submersos no contexto da emergência climática, a indústria da moda tem um papel fundamental na perpetuação do modelo de produção linear, que contribui para a degradação ambiental e a manutenção de injustiças socioambientais e climáticas. Nesse contexto, é urgente a implementação de práticas mais sustentáveis e responsáveis no setor – e a prioridade continua sendo a busca pela garantia do trabalho decente para todas as pessoas envolvidas, principalmente as que estão na base. Para isso, a indústria deve focar na adoção de modelos de produção circular, no uso de fontes renováveis de energia e no fim do uso de petróleo como fonte de matéria prima e energia – lembrando que, em média, 60% dos tecidos usados no mundo todo são poliéster, que vem do petróleo (Textile Exchange) -, e na integração de tecnologias ancestrais e contemporâneas, incluindo a inteligência artificial, nos processos produtivos. Além disso, é preciso abordar questões históricas e estruturais da moda, como a ausência de representatividade e inclusão, além da divisão desigual do trabalho, que afeta sobretudo mulheres e grupos minoritários.
Para Marina de Luca, coordenadora da Semana Fashion Revolution, “uma vez que temos consciência sobre todos os problemas socioambientais que temos enfrentado no Brasil, 2024 se tornou o momento certo para redefinimos o que é ativismo de moda e criarmos, a partir das soluções trazidas pelos cidadãos mais afetados por esse sistema, uma indústria da moda que coloca o planeta e as pessoas em primeiro lugar”. Marina também reforça que revolucionar a moda pela perspectiva da raça, clima e gênero é uma maneira de construir um novo sistema de moda já fundamentado na transparência e na justiça socioambiental e climática.
Ações ativistas acontecerão por todo o território nacional
Com workshops interativos e muita troca de conhecimentos, a Semana, que acontece do dia 15 ao 24 de abril, vai auxiliar na preparação de uma nova geração de pessoas revolucionárias da moda e ensinar, valorizar e ampliar competências como comunicação, construção de comunidades, defesa de direitos e ações educativas.
Um dos exemplos que envolvem esses 10 dias de ações acontecerá no dia 20 de abril, em que haverá o primeiro Dia da Manualidades na Rua, um dia de ação global, concebido como uma forma acessível de ativismo, para desafiar a mentalidade descartável da nossa indústria da moda, de modo a colocar a atenção na importância do fazer manual, um trabalho desvalorizado cultural e economicamente.
A programação completa desta e de todas as outras ações, disponível no site e nas redes sociais, está sendo construída colaborativamente pelos mais de 70 representantes locais, 200 embaixadores (estudantes e docentes), e demais parceiros, ocupando os 25 estados brasileiros. Além disso, neste ano, qualquer pessoa pode promover uma ação; para saber como, acesse as sugestões do nosso site oficial. O cadastro para os eventos estará aberto de 12 de março a 11 de abril. Convidamos todas as pessoas que queiram mudar esse sistema a participar das atividades e discussões sobre como revolucionar a moda.
Sobre o Fashion Revolution
O Fashion Revolution é um movimento global que trabalha para que a moda conserve e restaure o meio ambiente, valorizando as pessoas acima do crescimento e do lucro. A organização luta para que a moda seja limpa, segura, justa, transparente, diversa e responsável para todos e todas, celebrando-a como uma força positiva. Para isso, atuam por meio da comunicação, educação, colaboração, mobilização e participação.
No Brasil, o movimento existe desde 2014 desenvolvendo projetos, realizando atividades e fomentando a união de uma rede de pessoas, iniciativas e organizações do setor. Em 2018, consolidou-se Instituto Fashion Revolution Brasil, uma organização da sociedade civil.
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3 perguntas a serem feitas para as marcas durante a Semana Fashion Revolution
#QuemFezMinhasRoupas: as marcas precisam ser transparentes e mostrar se as pessoas que fazem nossas roupas tem condições dignas de trabalho asseguradas.
#DoQueSãoFeitasMinhasRoupas: a indústria da moda precisa revelar o que tem por trás de nossas peças de roupas, mostrando se ela tem contribuído para a extração irresponsável de recursos naturais ou para a regeneração da terra.
#ACordeQuemFezMinhasRoupas: as empresas devem implementar ações com foco na promoção de igualdade racial entre seus funcionários.
Outras formas de se envolver
Site da Semana Fashion Revolution: https://
Encontre o Representante mais perto de você: https://
Pasta Pública: https://bit.ly/3TkLPaU
Outros documentos e publicações
Índice de Transparência da Moda Brasil 2023: https://bit.ly/3uEvuDZ
Fórum Fashion Revolution 2023: https://bit.ly/406ujbO
Biblioteca compartilhada Fashion Revolution http://bit.ly/FR_biblioteca
Publicações: https://bit.ly/49AkFSU
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