O Big Brother Brasil, um dos programas de maior sucesso da rede Globo, chegou este ano em seu vigésimo aniversário. A edição é uma das mais impactante dessas duas décadas e via consagrar nesta segunda feira, 27 de abril de 2020, mais uma campeã, e dessa vez com uma reviravolta… se tornando o Big Sister Brasil.
A febre dos realities shows pode ter começado lá no ano de 2000, mas ainda segue influenciando o entretenimento de milhares de pessoas.
Os realities ganharam muita força em todos os formatos, e o BBB continua sendo um dos mais fortes na televisão brasileira, sendo a “novela da vida real” que a gente adora acompanhar.
Apesar da grande influência da televisão na vida das pessoas, não podemos negar que a era digital já é mais do que vital para muitos de nós. Assim, o BBB fez dessa vigésima edição uma junção entre TV e Internet de maneira espetacular, e criou um elenco muito bom (e ruim) para uma narrativa bem propícia as situações do nosso cotidiano.
Nesse aspecto, o Big Brother Brasil é um exemplo a ser seguido. Com uma estrutura que se encaixa perfeitamente a um foco narrativo instigante e o apoio de midias sociais para divulgar, o reality se tornou uma sensação até para quem dizia que nunca ia assistir ao programa.
Nesta edição, eles resolveram explorar por esse caminho ao convidar celebridades do mundo digital junto com inscritos selecionados.
A edição antes mesmo de começar já pegava fogo em engajamento, levando a base de fãs dos “famosos” para a televisão.
Outra coisa que também ajudou foi a base dos haters, e se tem famoso… eles estarão lá. Então isso estabeleceu o equilíbrio de torcidas entre famosos e não-famosos e assim começou o BBB20.
Foram 3 meses de plots se formando e caindo por terra, mas uma coisa foi essencial para declarar essa edição : Mulheres vs Homens
Para quem achava que seria mais uma edição cheia de gente bombada se pegando é bebendo em festa, se enganou, porque a primeira coisa que explodiu no programa foi a união das participantes mulheres contra o Machismo dos caras.
Em uma das mais sórdidas estratégias de um reality show, alguns dos homens do big brother brasil armaram um plano para desestabilizar algumas das influenciadoras, ao tentar seduzi-las para que as mesmas traíssem seus relacionamentos de fora da casa e dessa forma sua popularidade fosse minada. A jogada foi tão suja que a internet começou a chamar o grupo responsável de “Chernoboys”, referencia ao catastrófico evento radioativo da cidade de Chernobyl.
Claro que algo tão marcante não ia desaparecer por conta de torcidas pré-formadas. E assim, sem contar com seguidores ou apoio da casa… todos os homens saíram do programa antes do elenco feminino. A única exceção foi da influenciadora Boca Rosa, que já tinha uma série de haters aqui fora. Isso se aliou ao fato de que a influenciadora acabou tentando enxergar o lado dos caras, uma vez que não tinha todas as informações. Muitos consideraram uma votação “falha”, uma vez que poderia ter tirado um dos jogadores do grupo tóxico, que acabou se estendendo e alcançando empatia, crescendo no jogo por um tempo.
Em um mundo politizado como o que vivemos, era óbvio que nesse momento criavam-se protagonistas. De um lado, o grupo que havia batido de frente com os caras tóxicos, e do outro lado um cara desse grupo, que tentou criar uma narrativa de perseguição. Esse estratagema funcionou durante um tempo, tendo aumentado exponencialmente sua popularidade. Outros ficaram mornos, com muitas pessoas gostando mas que não pareciam protagonistas. Era o caso de Babu Santana, que quebrou o recorde de retorno em paredões, tendo passado por 10 deles e voltado de 9. Babu foi o ultimo homem a sair do Big Brother Brasil, ganhando o carinho do Brasil e deixando o pódio para um trio de mulheres que teve altos e baixos na casa, mas que protagonizaram o programa e levantaram uma causa muito importante.
As finalistas Rafa, Thelma e Manu criaram uma aliança imbatível, dentro da casa e entre suas torcidas aqui fora.
A história que marcou o BBB 20 foi a união das mulheres, e a SORORIEDADE ganhou forma de pódio.
Manoela entrou no Big Brother com uma preparação fora do comum. Apesar de parecer uma garotinha perdida que não sabia o que estava acontecendo ali, a mente empreendedora de Manu programou uma série de interações com o público, desde vídeos gravados para as redes sociais durante todo seu período de confinamento, a escolha de roupas que conversassem diretamente com as mídias externas, e uma rede de marketing extremamente funcional, Manu já pode se considerar uma vencedora do BBB. Suas redes sociais passam de 11 milhões de seguidores, sendo a primeira participante a ganhar uma quantia assim de fãs dentro da casa. Manu ganhou o afeto de uma legião de seguidores entre famosos e anônimos. Sua rede de amigos, que inclui Sabrina Sato, Selton Melo, Junior Lima e Bruna Marquezine foram essenciais para sua caminhada dentro da casa, uma vez que movimentaram a maior votação da história do BBB para mantê-la na casa. Foram mais de 1 bilhão de votos.
A Influencer Rafa Kalimann teve que lidar com problemas do passado dentro da casa. Pessoas com a qual havia tido problemas aqui fora também entraram na casa, e Rafa teve que lidar com a situação. Possívelmente uma das pessoas mais julgadas da casa, Rafa se posicionou quanto a sua fé, e isso fez com que muitas pessoas a tratassem como se não tivesse direito de cometer erros, enquanto outras diziam que esses erros eram prova de que sua fé era falha. A mineira sente que sua verdadeira vocação na vida é como missionária, e criou uma ONG chamada Missão África, que realiza viagens de apoio para Moçambique e cuida de mais de 400 crianças. Em sua primeira viagem para o continente Africano, Rafa teve que vender todos seus pertences, e em sua jornada a influencer quase morreu quando pegou malária em uma missão. Rafa Kalimann pode se considerar uma ganhadora do BBB, pois conseguiu dar visibilidade nacional para seu projeto de ajuda humanitária, além de se mostrar uma pessoa verdadeira, sempre em constante evolução.
Thelma Assis é médica anestesiologista, e a única finalista do grupo Pipoca, ou seja, não recebeu um convite para participar. Thelma sofreu durante toda a edição com o ostracismo. Deixada de lado durante quase todo o programa, sendo chamada constantemente de Planta, a médica passou um por um de seus críticos, que mesmo fora da casa continuaram a diminuir e considerar Thelma incapaz de ganhar. Mas isso não deve ter sido dificil para ela, uma vez que sua luta diária é muito maior. Nascida e criada na periferia de São Paulo, Thelma foi rejeitada ainda bebê pela mãe biológica, e foi adotada por Yara Assis e seu marido. Aos sete anos, a pequena garota descobriu por uma ligação anônima que era adotada. Seus pais fizeram de tudo para que a educação de Thelma fosse de qualidade, e a jovem conseguiu uma bolsa de 50% para a faculdade de medicina. Além de estudar em um dos cursos que mais cobra seus alunos, Thelma trabalhava dando aula de dança, outro de seus talentos e paixões. A paulistana é Passista da Mocidade Alegre. Ela continuou tentando e conseguiu uma bolsa de 100% da universidade, onde estudava com apoio da biblioteca local uma vez que não tinha dinheiro para comprar os livros. No meio do processo de entrada no programa, Thelma perdeu seu pai, que lutava contra o câncer a 9 anos. Thelma pode se considerar uma vencedora do BBB, pois mostrou que garra, personalidade e honestidade continuam sendo fortes aliados dentro do jogo. Ela derrubou uma série de competidores que já possuiam milhares de fãs e seu jeito aos poucos cativou a todos nós.
As mulheres do BBB20 mostraram o que é força, garra e vontade de vencer. No jogo do confinamento, é muito difícil não errar, e essa foi uma das edições que mais cobrou o comportamento perfeito, repleto de “cancelamentos” durante toda a duração do programa. Ainda assim, as mulheres deram um show, vencendo 12 das 17 provas e tornando-se heroínas, participando não só da edição de 20 anos do Big Brother Brasil, como também da primeira edição do Big Sister Brasil
Leave a Comment