A convite do Cine Roxy, fomos conferir a pré-estréia de Aquaman, mais novo filme do Universo DC nos cinemas.
A DC não tem uma história tão gloriosa na telona. A maioria dos filmes é bem morno, alguns indo para o lado mais fraco do cinema. Justamente por isso qualquer filme que pareça bom acaba deixando os fãs com aquela sensação de “agora vai”. Esse é o caso específico do Aquaman. O diretor James Wan, ao colocar sua própria visão sobre o filme do rei dos mares, ignora completamente a estética apresentada de forma coesa nos filmes anteriores. O que é ótimo, já que apesar de coesa, a estética do DCU é uma das maiores reclamações da franquia. Um universo colorido, fantástico e divertido. Com qualidades como essas, obviamente o filme do Aquaman ia se tornar um dos melhores do universo compartilhado da DC.
A história é divertida, e Momoa está confortável reprisando seu papel. Os outros personagens, entretanto, se esforçam para abraçar o ambiente fantástico em que estão inseridos, muitas vezes através de caras e bocas que ficam um pouco forçadas. O inicio do filme é bastante apressado e brusco, com uma cena de ação em CGI de Nicole Kidman que fica muito boa, em grande parte pelo jogo de câmeras. O filme não se sustenta muito depois disso, mudando de tempo e gênero frenéticamente e deixando os espectadores perdidos entre os muitos tons do filme.
A trilha sonora é confusa, com músicas tema se repetindo incessantemente em todas as cenas nas quais um personagem se destaca. Isso acaba ficando cansativo ao longo do filme. As cenas em CGI, a parte da primeira, são bem fracas e demonstram pouca qualidade, com cenas que lembram o CGI usado a 10 anos atrás. Mesmo as técnicas de revujenescimento através da computação gráfica não são muito boas, como é o caso de Willem Dafoe. O ator, por sinal, é deixado de lado na maior parte do filme, o que é uma pena pois ele poderia ser muito melhor aproveitado.
Dentre o elenco, o único destaque positivo é o de Yahya Abdul-Mateen II, que faz o vilão Manta Negra. Sua história é profunda e familiar aos leitores, introduzida de forma contundente e que faz sentido no cenário do filme.
A estética de Atlantis, bem como das criaturas marinhas, é um espetáculo a parte. A diversidade de espécies e mesmo a idéia de colocar política no mundo embaixo da água são inovadoras e audaciosas, mas acabam ficando abaixo das expectativas.
Aquaman é um filme que funciona, talvez por conta do histórico da franquia em que está inserido. Não é o tipo de filme que seria aclamado fosse de uma franquia melhor estabelecida ou sem o peso de um universo compartilhado, mas na atual situação, ele diverte e da um respiro para fãs do DCU.
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