Abertura das Paralimpíadas 2016

Ontem (07/09) o Rio de Janeiro voltou a entrar no clima esportivo, desta vez por conta das Paralimpíadas. O Evento, que reúne os melhores atletas com necessidades especiais (de mobilidade, amputações, paralisias cerebrais, cegueira e deficiências mentais). Realizado pela primeira vez em 1960, os jogos tinham o objetivo de reabilitar os milhares de feridos da segunda guerra mundial, mas acabou gerando um grande sucesso e crescimento do movimento paralímpico, que em 1976 já contava com quarenta países.

Esse ano vinte e sete categorias serão competidas, sendo duas implantadas pela primeira vez nas paralimpíadas do Rio. Além das categorias tradicionais como atletismo, natação, basquete, entre outras, existem algumas exclusivas para deficientes, como Bocha, Goalball e Futebol de cinco. Ao longo da história diversos atletas paralímpicos tiveram resultados extremamente impressionantes, e houve um caso de um esgrimista olímpico chamado Pál Szekeres, que conseguiu uma medalha de bronze nas olimpíadas e pouco tempo depois ficou paraplégico em um acidente. Desde então ele já participou de cinco paralimpíadas.

O Brasil tem conseguido muito destaque nessa área. Em 2008, chegou ao marco de 28 medalhas de ouro, ficando entre os 10 primeiros países da competição. Diversos atletas ainda são destaques na competição, como os nadadores Clodoaldo Silva e Daniel Dias e os corredores Lucas Prado, Ádria Santos e Terezinha Guilhermina. O sucesso do Brasil torna estranho o fato de que nenhum dos grandes canais de comunicação tenha dado muita atenção para a abertura dos jogos paralímpicos. Ainda há entre a imprensa um preconceito velado com a competição, como se ela não fosse “importante” o bastante para receber a mesma carga de atenção que as olimpíadas comuns, nas quais o Brasil se destaca bem menos. Se o tratamento midiático fosse igual para ambas as partes, com certeza a nação poderia apreciar o belo espetáculo, além de conhecer grandes histórias de superação e ampliar a oportunidade de patrocínio para as equipes Brasileiras.

Mesmo com diversos problemas de divulgação e de vendas de ingresso, cerca de 50 mil pessoas compareceram a cerimônia de abertura. O hino nacional foi executado no piano pelo maestro João Carlos Martins, que tem movimentos limitados por conta de problemas neurológicos. Durante a apresentação, foram abordados diversos feitos dos para-atletas e reflexões sobre os sentidos humanos. Depois de arriscar uma mensagem em português, o presidente do CPI (Comitê Paralímpico Internacional) Sir Philip Craven iniciou seu discurso. Em suas palavras, “Nos próximos 12 dias vocês verão a verdadeira definição de esporte e habilidade”. Ele também mencionou os atletas da Síria e do Irã, que competirão como refugiados. Durante o espetáculo, apresentações de dança culminaram na formação do símbolo paralímpico no campo. Na sequência, um vídeo em homenagem as famílias foi reproduzido enquanto pais e crianças deficientes físicas levaram a bandeira usando uma espécie de bota que permitia que os pais e as crianças usassem juntas, permitindo que os jovens pudessem caminhar.

A americana Amy Purdy, modelo e para-atleta de snowboard, realizou uma dança com um robô para simbolizar a interação entre a tecnologia e o ser humano. Em seguida, um vídeo sobre o revezamento da tocha paralímpica foi apresentado, terminando com a entrada de Antônio Delfino, multi-medalhista de atletismo. Ele entregou para Marcia Malsar, também multi-medalhista de atletismo que acabou caindo, mas levantou-se e continuou carregando-a sob aplausos até entregar para Ádria Santos. Ádria tem quatro medalhas de ouro, oito de prata e um bronze em atletismo. Ela entregou a tocha ao nadador e detentor de seis medalhas de ouro, cinco de prata e duas de bronze em natação. Ele acendeu a tocha olímpica após uma escada que levava a pira se transformar em uma rampa, e seguiu-se uma explosão de fogos de artifício. Debaixo de chuva forte, Seu Jorge encerrou a noite de abertura dos jogos cantando “Vamos a Luta” de Gonzaguinha e depois “É Preciso Saber Viver”, de Erasmo e Roberto Carlos.

Desejamos toda a sorte e apoio do mundo a nossos brilhantes para-atletas, e um desejo de que as pessoas consigam apreciar esse belo espetáculo, a talvez as paralimpíadas comecem a ter a visibilidade que há muito tempo provam que merecem!

É possível acompanhar a programação por aqui!

Alvaro Ramos

30 anos, marido da Sah e co-fundador do Sahssaricando. Gosta de tudo relacionado ao mundo Geek, RPG e muito Metal!

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