A Bela e a Fera (2017)

O filme mais esperado do ano para os fãs da Disney estréia amanhã em todas as salas de cinema, e ontem pudemos conferir antes do lançamento oficial essa releitura de um dos desenhos mais aclamados dos contos de fadas.

A Bela e a Fera retorna aos cinema em versão live-action com um elenco incrível, produção milionária, novas canções e 45 minutos a mais de história do que a versão do desenho de 1991.

Seguindo uma linha diferente de Malévola, que deu uma nova perspectiva ao desenho original, o novo Bela e a Fera tem como função resgatar os fãs que assistiram milhares de vezes  o desenho e leva-los a uma experiencia mais realista da história.

Beauty-and-the-Beast-A-Bela-e-a-Fera-da-Disney-poster

Apesar de ter diversas cenas praticamente retiradas quadro-a-quadro do original, o filme acabou se estendendo e em alguns momentos, especialmente nas cenas extras e adições de história.

Os personagens ficaram incríveis, com destaque para a dupla Lumière e Horloje, interpretados respectivamente por Ewan McGregor e Ian McKellen. A dupla consegue cativar em todos seus momentos, adicionando realismo para uma situação completamente fantasiosa.

Emma Thompson no papel de Madame Samovar também é extremamente carismática e divertida, seguida por Audra Mcdonald que interpreta a Garerobe, e Stanley Tucci, o piano Cadenza. A grande estrela do filme, entretanto, é Luke Evans, que brilhantemente interpreta o vilão Gaston.

Emma Watson encara alguns desafios dentro da narrativa, mas sua atuação é doce e muito boa mesmo sem ter tanto destaque. O ator Dan Stevens já teve mais problemas por conta da computação gráfica, prejudicando seu dublagem. No final, quando aparece como príncipe, chama atenção pela beleza e olhar carismático, mas não foge do banal.

O roteiro nos leva a acreditar que ele é uma vítima, nos mostrando todos os problemas pessoais que passou, e por esse fato, a Fera é uma criatura que busca redenção por suas ações passadas. Os criados do castelo não passam por tantos problemas, com excessão de Madame Samovar e seu filho. Não que tenham ficado ruins, muito pelo contrário, porém a aparência cartunesca da forma como são retratados destoa dos outros elementos do filme.

O personagem de Gaston é um dos mais bem explorados, com sua personalidade em constante construção, fazendo o aparvalhado canastrão da cidade se tornar aos poucos em um grande vilão, que bate de frente com a imagem da Fera.

Outro brilhante ponto vai para Josh Gad, que interpreta LeFou. Um personagem declaradamente homossexual, é um importante passo para a sociedade como um todo e não é apresentado de forma forçada ou agressiva. Sua aparição encaixa perfeitamente no contexto do filme, e ele aos poucos vai se tornando a voz da razão para Gaston.

O personagem de Kevin Kline, Maurice o pai da Bela é carismatico porém foge do contexto original. Ele não é um inventor louco excêntrico e engraçado como no desenho original, mas sim um homem com um pesar muito grande devido as coisas que sofreu na vida. Não ficou ruim, mas deixou a desejar quanto a familiaridade com seu personagem original.

A trilha sonora é lindamente executada, com algumas músicas sem nenhuma alteração das originais. Os arranjos estão perfeitos, e os atores cantam de forma natural e encaixada na trilha. A voz de Emma é perfeita para suas canções, e Luke não fica atrás nesse quesito. Porém as músicas novas que foram adicionadas soam desconexas e não acrescentam ao filme, sendo completamente dispensáveis.

No geral o filme é muito bom, mas ele tem um ar de “cópia” do original. Um filme que cativará fãs nostálgicos, mas que não acrescenta ao cinema como um todo e que pode facilmente ser substituído pela animação original.

Em resumo, achamos positivo o filme. É uma obra apaixonante e que resgata saudosismo e vai encantar muita gente.

Sarah Campos

Fundadora do Sahssaricando. Vive com a cabeça no mundo da lua, parou no tempo do Balão Mágico e tem alma oitentinha. Gosta de assuntos bons o suficiente para render horas de conversa e é uma eterna aprendiz da vida.

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