Este é o primeiro seriado nacional produzido pela plataforma Netflix. Anunciado em março e com estreia neste ultimo fim de semana de novembro, a série traz uma proposta pós-apocalíptica e conspiradora.
O seriado foi retirado de uma websérie de três episódios no Youtube e em sua estréia já tem o agrado de muitas pessoas. Assistimos ao seriado todo de uma só vez, e mal queríamos fazer pausas.
Tudo começa com mais uma seleção de jovens para serem salvos de uma civilização pós apocalíptica e levados até a utópica Maralto, um lugar onde não há violência e os avanços tecnológicos realizam milagres.
Opinião
Os primeiros minutos e a abertura já são impressionantes, carregados de mistério e tensão na dose certa. Os diálogos são bem inseridos, entregando aos poucos o que acontecerá no desenrolar da história.
O conceito de distopia é muito bem aplicado em episódios que prendem nossa atenção e mantém o ritmo da história.
Como um paralelo da sensação de falha e da dificuldade de processos seletivos como vestibulares e outros, ao passo que critica duramente o conceito de “meritocracia”, o seriado consegue passar sua mensagem nos deixando ansiosos pelos próximos capítulos.
Ainda há poucas informações sobre a real situação do “lado de cá”, ou o mundo conhecido de onde os protagonistas vem. Sabemos que é uma situação deplorável e assustadora, mas acredito que ainda haja mais a ser explicado sobre como o mundo está no momento da ambientação.
A atuação do seriado ainda tem a melhorar, porém para um cenário novo e inexplorado pelo núcleo brasileiro de dramaturgia está no caminho certo.
Os protagonistas conseguem convencer em seus papéis, ao passo que os recrutadores passam todas as informações com uma apatia que beira o estressante, claramente uma referencia a falta de humanidade que o processo tem como característica.
A ausência de emoção é quase absoluta, marca de uma distopia que define uma classe como inferior, e indigna de ser preocupação. Entre os destaques, palmas para Rodolfo Valente, no papel de Rafael, e Vaneza Oliveira, a Joana.
No geral, muito pouco do universo do seriado foi explorado, sendo utilizado apenas para alguns flashbacks específicos dos personagens.
Mas a série tem uma premissa muito boa e pode nos trazer muito tanto em questão de história quanto para a dramaturgia brasileira, que pode começar a expandir seus horizontes e tentar novas formas de entretenimento!
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