A história da Mulher Maravilha é um conto antigo, cheio de mistérios e deuses. Desde sua criação, sabemos que a Amazona foi criada do barro em pedido da rainha de Themyscira. Mas e se tudo o que conhecemos estivesse errado? Assim surge a saga Mulher Maravilha – Sangue.
Brian Azarello, renomado roteirista de quadrinhos, ficou a cargo de reinventar a princesa Diana nesse arco, que saiu há algum tempo atrás, na época dos Novos 52. A mulher maravilha na época estava deixada de lado, sendo muito mais uma coadjuvante nas histórias da Liga da Justiça do que a protagonista que sempre mereceu ser. Essa onda seguiu uma linha muito boa de quadrinhos, tornando-a uma das mais requisitadas publicações da era Novos 52. O encadernado recente, que reúne as 6 primeiras edições desse arco, veio muito bem a calhar com a aparição da amazona em Batman vs Superman: A Origem da Justiça. Apesar de não ter sido tão bem aceito pela crítica, a grande maioria dos fãs declarou que a Mulher Maravilha foi um dos pontos mais altos do filme, e caso queiram procurar mais sobre ela, esta é uma excelente forma de começar.
A história é repleta de intrigas de deuses e deusas, narrada de uma forma impecável que lembra muito um filme. Os personagens são extremamente carismáticos e humanizados, nos fazendo uma ligação imediata e deixando qualquer um sedento por mais histórias da guerreira e dos outros personagens. Acima de tudo, é uma história muito pessoal, e o tema família, principal da saga, conquista os leitores de forma exemplar.
Azarello reinventou a princesa Diana, mas não o fez de forma forçada. Nós descobrimos as mudanças em sua história e origem ao mesmo tempo que a própria personagem, o que permite que novos leitores conheçam a origem da heroína e leitores antigos não fiquem com a sensação de estar “relendo” algo. A mulher maravilha de Azarello foge do ideal dos personagens da DC, ao ponto que, ainda que seja uma lenda viva, também é um ser humano com problemas reais e com suas próprias travas.
A arte fica por conta de Cliff Chiang, Tony Akins e Matthew Wilson, que apesar de terem traços diferentes, conseguiram casar suas propostas para a saga, dando fluidez na mudança de quadros. A arte é um elemento chave no encadernado, pois é visceral, complexa e muito intensa. Aliados ao roteiro de Azarello, o encadernado te faz passar por várias emoções em cada momento, ao mesmo tempo que consegue passar com clareza a grandiosidade dos deuses perto dos humanos, e a grandiosidade de seus problemas internos também. Akins não usa sua arte de forma tão limpa e épica, deixando claro a mudança entre os desenhistas. Sua capacidade de criação e design entretanto mantém a qualidade e te deixa ansioso para conhecer mais dessas reimaginações do universo da mitologia grega. As cores de Matthew Wilson são impecáveis e dão a obra o toque épico que ela merece.
O quadrinho está a venda em diversas livrarias de todo o brasil, e custa em média R$29,90. O encadernado de capa dura tem 160 páginas de 26,6cm por 17,4cm.
Para fãs da mulher maravilha, de quadrinhos em geral e pessoas que queiram começar a se aventurar nesse mundo de leitura, é uma excelente pedida! Até a próxima!
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