Está sendo um dia de luto para a musica e para a cultura pop. Faleceu, aos 69 anos, o multiartista David Bowie. Três dias após seu aniversário e o lançamento de seu novo álbum, Blackstar, o artista icônico que trouxe inspiração e genialidade a música pop nos deixou. Mas não sem um aviso.
No dia 7 de janeiro foi lançado o clipe da música Lazarus, de seu novo álbum. Com um cenário sombrio, vemos Bowie em uma cama de hospital, enquanto a letra diz que ele está no “céu”, vemos o artista se debater e tentar sair da cama, como uma forma de mostrar a todos nós que a luta estava se tornando insuportável. A 18 meses, Bowie enfrentava uma dura batalha contra o câncer, sem deixar de lado sua criatividade e criando e mudando o mundo mesmo enfrentando essa dura luta. Na letra de Lazarus, vemos muita emoção em frases impactantes, como “I’ve got nothing left to lose” (Não tenho mais nada a perder) e a repetição da frase “You know, I’ll be free” (Você sabe, eu estarei livre). Com todo o peso e falta que Bowie fará, suas palavras se concretizaram, e ele finalmente estará livre.
Nascido David Robert Jones, em Brixton, Bowie desde jovem estava destinado a mudar o mundo. Apesar do sucesso inicial, com o disco que levava seu nome, foi em 1969 que a mídia internacional tomou noticia deste grande astro. Era lançado o álbum Space Oddity, que seguiu com os excelentes álbuns The Man who sold the World e Hunky Dory. David então, dando razão para seu apelido “Camaleão do Rock” retorna completamente modificado, com o alter-ego Ziggy Stardust, um alienígena andrógino que nos trouxe belíssimas canções como o clássico Starman.
Bowie com certeza inspirou e influenciou artistas de uma forma única, com sua irreverencia e genialidade, não só musicalmente como socialmente, levando muitos movimentos como a Libertação Gay a tomarem rumos. Inicialmente inspirado pela ficção científica, acabou se tornando um ícone e uma inspiração para novos autores, diretores e até mesmo para as pessoas em seu dia-a-dia. Em sua carreira como ator, atuou em diversos filmes grandiosos, mas sua participação mais icônica foi como Jareth, o Rei dos Goblins em O Labirinto. O filme de Jim Henson (Muppets) produzido por George Lucas (Star Wars) não teve apenas a atuação de Bowie, mas também trilha sonora cantada por ele, e se tornou um clássico cult com sua história sinistra e seu papel como vilão ainda mais sombrio. Ele ainda atuou interpretando Andy Warhol no filme Basquiat, biografia de Jean-Michael Basquiat, e como Nikola Tesla, gênio da física e pioneiro na corrente alternada, durante o filme O Grande Truque, entre diversos outros papéis.
Dentre os diversos premios que ganhou por reconhecimento de seu trabalho, como os prêmios Ivor Novello, Saturn, Grammy e Brit Awards, além de ter entrado para o Hall da Fama do Rock and Roll em 1996, uma de suas condecorações mais famosas foi a recusa de receber a Ordem do Imperio Britânico, que o tornaria um Cavaleiro Real. Nas palavras do próprio Bowie: “Nunca tive a intenção de aceitar algo como isso. Realmente não sei para que serve. Não foi para isso que passei minha vida trabalhando.” Confira abaixo o videoclipe de seu último trabalho e sua carta de despedida – Lazarus:
Continue em paz sua viagem, homem do espaço! E com certeza, agora as estrelas brilharão diferente!
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