De Volta Para O Futuro

Hoje todos os geeks fãs da franquia de filmes Back to the Future estão saudando a vinda de Marty Mcfly ao nosso tempo. Para quem não sabe o personagem interpretado por Michael J. Fox vem para o futuro na data de hoje : 21/10/2015.

Eu queria aproveitar essa falação toda sobre o filme e as propostas bizarras que nele tinham de como seria o ano de 2015 para divagar alguns pensamentos. E me peguei pensando em uma coisa: Por que será que esperamos tanto pelo futuro?

O filme é de 1985, apenas dois anos mais velho do que eu. E posso afirmar que chegando quase nos 30 não imaginaria ver tantas invenções, inovações e nem situações em que nosso mundo se encontra. Quem teve infância oitentinha (1980) sabe como era. Não se ouvia falar em bullying, salvar o planeta era coisa de gente careta, nudez na televisão era algo comum, não existiam tantas restrições de idade para determinadas coisas. Sim. Os Anos 80 eram viajados, tanto na imaginação quanto na falta de noção.

Quase 30 anos depois vivemos pisando em ovos, controlamos nossas ações para o bem maior, porém mantemos nossos luxos e egoismo intactos. Hoje em dia, através de um simples botão “curtir”, a vida social de uma pessoa pode ir para a vala ou subir estratosfericamente. Isso é um sinal de futuro, mas não algo que era impensado. Se analisarmos bem, o imperador romano Julio César definia a vida e a morte de outros com um sinal bem parecido com o da rede social. Skates voadores são legais no campo da ficção, mas não são mais algo surreal, com os avanços tecnológicos cada vez mais avançados. Tal qual a ideia de um aparelho que cabe no bolso e acessa uma biblioteca infinita de conhecimentos gerais, além de permitir o contato com pessoas do mundo inteiro era provavelmente algo que sairia do filme na época de seu lançamento. Isso não molda o futuro. Avanços tecnológicos podem servir para datar historicamente nossas eras, mas o futuro é de um âmbito muito mais humano do que robótico. Ao mesmo tempo em que voltamos a nos preocupar com nosso meio ambiente, problemas graves que o mundo tinha e que estavam em vias de acabar voltaram com força total, como o preconceito e a agressividade na argumentação. Será que podemos chamar de futuro um lugar onde simplesmente por discordarmos de alguém corremos o risco de sermos agredidos verbal e até mesmo fisicamente?

Como não vimos o futuro chegar?

O tão aguardado futuro, e que em muitas vezes não passa de uma utopia só poderia acontecer quando enxergássemos o quanto a humanidade já trilhou. É muito fácil notar o que não se tem, e pouco ligamos para aquilo que já é habitual em nosso dia-a-dia. Em minha visão o futuro que todos procuram nada mais é do que um salto entre gerações, e só poderia ser satisfatório para aqueles que dormissem por uns 10 ou 20 anos e acordassem após esse longo período para aproveitar suas vidas. É como chegar no final de um jogo e enfrentar o chefão sem saber exatamente por qual caminho você andou, quem você conheceu, que armas usou para enfrentar seus desafios. O futuro está no dia-a-dia, nas mudanças que fazemos em nós mesmos para tentarmos melhorar enquanto pessoas e na sociedade, e quanto mais respeito, dignidade e amor ao próximo conseguimos ter, mais próximos do futuro vamos chegar. Nosso tempo é cíclico, então só perceberemos que o futuro realmente chegou quando pararmos de dar voltas no tempo e re-trilhar os passos que ficaram no passado. Essa é a importância do passado afinal, lembrarmos de como fomos para tentar melhorias na sequência da jornada. Isso é, em suma, é  o que o futuro deve ser.

futuro

Seu futuro é o que quer que você faça com ele, então faça um bom futuro. – BROWN, Emmett

Alvaro Ramos

30 anos, marido da Sah e co-fundador do Sahssaricando. Gosta de tudo relacionado ao mundo Geek, RPG e muito Metal!

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