A história de Madeline Stuart

Pode parecer só uma notícia sensacionalista na mídia, mas essa me pegou de jeito…. me fez refletir sobre o atual percurso da inclusão e da diversidade que tanto se fala e pouco se analisa. A diversidade é linda! Ela é real e tem protagonistas inspiradores para a nossa vida. Pessoas que não são consideradas “normais” (mas afinal o que é normal?) tendem a ter muito mais esforço e determinação do que os que são comuns na massa, e suas histórias me enchem de lágrimas. Eu estava lendo sobre essa garota australiana, Madeline Stuart, e não pude não associar a algo que me ocorreu e poucos sabem, a minha filha que infelizmente já partiu.

Para deixar todos ao par, Madeline Stuart é uma garota australina de 18 anos que tinha como sonho virar modelo. Ela sofreu o preconceito que muitas outras garotas no mundo sofreram, mas o dela era relacionado a sua síndrome. Madeline tem Síndrome de Down. que para quem não sabe é uma diferença cromossômica de X e Y. Ou seja, ela é diferente, ponto!

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Mesmo com muita gente dizendo a ela e sua mãe que ela não conseguiria entrar no ramo, ambas não dessitiram e fizeram muito esforço e campanha para que as fotos da garota criculassem. Até que uma empresa viu que ela posava bem e resolveu lhe dar seu primeiro contrato. Esse pode ser o início de algo realmente grande em sua vida. E tudo começou quando ela resolveu não aceitar seu primeiro não. Essa garota me fez pensar em tudo o que é possível ser e fazer nessa vida. E pensei também em sua mãe, quanta dedicação ela não deve ter dado a essa garota, e também quantas coisas tristes ela não passou por conta da sociedade. E no final é claro que tudo vale a pena.

Ser mãe de uma criança considerada “diferente” é uma tarefa muito difícil. Em 2008 nascia minha garotinha, Ágatha, não com diferença cromossômica ou síndromes, mas com interrupção de formação, que acabou gerando um quadro que a fez falecer no ano seguinte, em 2009. Não vou conseguir explicar tudo o que ocorreu naquela época, pelo menos por enquanto, mas eu precisava deixar claro aqui que é difícil ser diferente. As pessoas tem medo, não aceitam, acham que podem ditar regras para você e que tem mais conhecimento de causa. E isso tudo está errado! Não sabem e não fazem a mínima idéia de que toda a vida de uma pessoa “diferente” é lutar para ser aceita. E que fora isso ela também tem outros sonhos e objetivos como todos os “normais”. E o que eu queria frisar aqui também é que a cada caso de sonho alcançado como o de Madeline, existem os casos que não dão certo, como o meu. Sim, é doloroso falar, porém extremamente verdadeiro. A cada uma criança diferente inserida na sociedade, muitas outras não conseguem chegar perto disso. Pessoas com síndromes e necessidades especificas já tem uma vida muito mais comprometida do que a nossa (se bem que eu acho que isso é sugestivo porque para morrer basta estar vivo, mas entendem o pensamento não?) e antes mesmo de vir ao consentimento da criança que ela é diferente, ela já luta pelo seu direito de existência. Então analisem o que é essa inclusão, que tanta gente acha bonita mas não para pra pensar como dá trabalho de alcançar. E após pensar nisso deixo aqui a pergunta: Você realmente apoia a diversidade como se deve?

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É um caso considerado por muitos bonito, por outros sensacionalista… por mim? Extremamente tocante. Eu faria a mesma coisa pela minha pequena e acredito que qualquer mãe assim o faria. E assim me pergunto porque ainda insistem em um padronização? Seja ele de beleza, conduta, popularidade, opção sexual….por que temos de ter um padrão para essas coisas? Porque existe sempre as mesmas coisas consideradas bonitas, em alta, corretas? A diversidade é tão aclamada por todos mas não praticada, e quando surgem casos assim e que viram sensação na mídia se tornam “manchetes de coitadismo alheio”. Leia em qualquer mídia a manchete “Garota com Síndrome de Down”…. não é Madeline Stuart! Ela tem nome, tem graça e tem seu próprio talento.

Quem quer apoiar a diversidade deve tratá-la como algo “normal”, entende? Podemos todos sermos diferentes mas sermos tratados como todos devem ser tratados. Então se você gostou dessa pequena vitória de Madeline, compartilhe mas escreva no seu título a sua conquista, pois foi isso que ela fez: conquistou algo para sua vida.

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E resumindo: Ela é linda, eu sou, você que está lendo também é e todos merecemos realizar nossos sonhos.

Parabéns Madeline <3

 

Sarah Campos

Fundadora do Sahssaricando. Vive com a cabeça no mundo da lua, parou no tempo do Balão Mágico e tem alma oitentinha. Gosta de assuntos bons o suficiente para render horas de conversa e é uma eterna aprendiz da vida.

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