Entre os dias 18 e 21 de abril, a Cinemateca Brasileira e o Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema trazem a São Paulo uma seleção 10 filmes da última Mostra Olhar do Ceará, na 33ª edição do festival, realizada no ano passado.
Em 2023, o cinema cearense passou por um momento único. Uma política pública que vem se aperfeiçoando ao longo dos anos, de investimento no setor por parte do Governo do Estado do Ceará, aliada à ampliação da rede de escolas de formação, em sua maioria públicas, e o impulsionamento gerado pelos recursos da Lei Aldir Blanc, resultou em uma safra que tem alçado voos longos e alcançado reconhecimento a nível nacional e internacional, do público e da crítica.
A Mostra Olhar do Ceará reafirma a sua vocação de ser um panorama, um ponto de partida, para apresentar a produção cearense ao mundo. Longe de buscar uma seleção exclusivista que recorta uma certa noção de excelência, por essência excludente, nos interessa aqui apresentar esse cinema em sua pluralidade. Hoje, o Ceará pode orgulhar-se de produzir um cinema a muitas mãos, partindo de diferentes pontos de vista, com diferentes linguagens e modos de fazer.
A Mostra Olhar do Ceará na Cinemateca Brasileira busca dar espaço a essa diversidade. Desse modo, trazemos ao público 10 produções que tiveram destaque na 33ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema. Essas obras, muito diversas entre si enquanto linguagem, forma e abordagem, têm circulado nos mais importantes festivais de cinema e contribuído para a consolidação da imagem do Ceará como um berço de artistas relevantes para o cinema contemporâneo.
Camilla Osório, curadora
Mostra Olhar do Ceará 2023
CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana
Horário de funcionamento
Espaços públicos: de segunda a segunda, das 08 às 18h
Salas de cinema: conforme a grade de programação.
Biblioteca: de segunda a sexta, das 10h às 17h, exceto feriados
Sala Grande Otelo (210 lugares + 04 assentos para cadeirantes)
Sala Oscarito (104 lugares)
Retirada de ingresso 1h antes do início da sessão
PROGRAMAÇÃO
18 de abril, 20h | Sala Oscarito
ALIENÍGENA
Brasil, 2023, 15 min, colorido, Ficção, livre
Direção: Ricardo Peres e Wagner Lima Mendes
Sinopse: Depois de anos vivendo em São Paulo, capital, Evair volta à cidade natal, Pedra Branca. Após todo esse tempo distante de suas origens, Evair busca se reconectar com as relações que tinha antigamente.
REPRESA
Brasil, 2023, 77 min, colorido, Ficção, 16 anos
Direção: Diego Hoefel
Sinopse: Lucas atravessa o país para visitar o local de nascimento de sua falecida mãe. Para vender um terreno que ela possuía, Lucas se aproxima de Robson, um irmão que ele nunca conheceu. Quando a filha de Robson, Josy, conhece Lucas, ela percebe imediatamente que algo está errado.
19 de abril, 20h | Sala Oscarito
URUBU ATERRADO
Documentário, 2023, Colorido, 20 min, livre, com legendas em português
Direção: Cris Sousa e Weslley Oliveira
Sinopse: Por meio das memórias de sua mãe, Cris lança um olhar sobre o tempo e o espaço que um dia viveu. As memórias em trânsito se alteram como a força do vento que modifica a paisagem à beira mar. A favela do urubu está aterrada pelo poder da classe dominante.
A LUTA DE NZINGA
Documentário, 2022, colorido, 74 min, livre, com legendas em português
Direção: Eduardo Cunha Souza
Sinopse: A Luta de Nzinga faz uma narrativa de conexões entre a história de Maria da Luz Fonseca, uma mulher negra, natural da Ilha de Príncipe e a da rainha angolana Nzinga, cuja história evoca a memória ancestral refletida hoje na vida de tantas mulheres negras, como a de Fonseca e de sua mãe.
20 de abril, 15h | Sala Oscarito
OS MALUVIDOS
Ficção, 2022, Colorido, 73 min, 12 anos, com legendas descritivas
Direção: Joselindo Nascimento e Gislandia Barros
Sinopse: O bairro do Bom Jardim é pequeno demais para as travessuras de Malu e seus amigos. E quando Malu vê sua amiga Anastácia sendo levada pelo vizinho Edgar, suspeito de ser o Bicho-papão, Chupa-cabra ou o Papa-figo, ela reúne a turma e juntos bolam um plano para resgatá-la.
20 de abril, 17h | Sala Oscarito
OS FINAIS DE DOMINGOS
Ficção, 2023, Colorido, 8 min, livre
Direção: Olavo Junior
Sinopse: Domingos, um idoso com a saúde frágil, segue sua rotina solitária em uma tarde de domingo, até que recebe a visita de um amor do passado.
AS VELAS DO MONTE CASTELO
Ficção, 2022, Colorido, 16 min, Livre, com legendas em português
Direção: Lanna Carvalho
Sinopse: Em isolamento social, uma família precisa lidar com a queda de energia em casa, criando situações para passar o tédio.
QUANDO EU ME ENCONTRAR
Ficção, 2023, Colorido, 77 min, 12 anos
Direção: Amanda Pontes e Michelline Helena
Sinopse: A partida de Dayane se desenrola na vida daqueles que ela abandonou. Sua mãe, a irmã mais nova e o ex-noivo tentam reconfigurar suas vidas diante desta ausência.
21 de abril, 17h | Sala Oscarito
CIRCUITO
Ficção, 2023, Colorido, 22 min, 14 anos Direção: Alan Sousa e Leão Neto
Sinopse: Niara, uma policial escrivã prestes a se aposentar, enfrenta as dicotomias de um sistema de segurança corrupto em paralelo às relações humanas falidas ao seu redor.
UM PEDAÇO DO MUNDO
Brasil, 2022, colorido, 75 min, 10 anos
Direção: Tarcísio Rocha Filho, Victor Costa Lopes e Wislan Esmeraldo
Elenco: Márcia Berreta, Marlene Moreno, Vicença Soledade, Yandra Lobo.
Sinopse: Quatro mulheres mães de pessoas LGBTs compartilham suas vidas e suas experiências em relação à maternidade.
CINE CEARÁ-FESTIVAL IBERO-AMERICANO DE CINEMA
O Cine Ceará – Festival Ibero-Americano de Cinema é um dos principais festivais de cinema do Brasil e maior vitrine exibidora do cinema ibero-americano e cearense. Tem como principal bandeira o tripé formação, produção e difusão do audiovisual brasileiro e ibero-americano. Anualmente realiza mostras competitivas de longa-metragem ibero-americano, de curta-metragem brasileiro e de produções cearenses, promove debates com realizadores, além de exibições especiais, mostras sociais, cursos e homenagens a personalidades de destaque do audiovisual.
CINEMATECA BRASILEIRA
A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social.
O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.
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