Iniciativa visa revitalizar palafitas e levar discussão sobre moradias dignas à sociedade.
O Projeto Palafitas – Vila Gilda é a continuação e ampliação de um trabalho pensado a partir de um estudo sobre as novas possibilidades da pintura na arte contemporânea e sua ação ética no mundo. Propõe uma parceria entre o Instituto Arte no Dique, através de residência e intervenção in loco do artista Maurício Adinolfi no bairro Vila Gilda, mais especificamente na comunidade do Dique, Santos-SP, onde está a maior favela sobre palafitas do Brasil e 26 mil pessoas vivem em situação de vulnerabilidade social.
A partir de novos encontros de formação e discussão com moradores (jovens e adultos) serão realizadas intervenções de troca e pintura nas palafitas do local, pensando nas vigas de sustentação e na reposição de madeirites apodrecidos por madeirites impermeabilizados e pintados. A exposição será diretamente no local de realização da intervenção, sendo uma exposição aberta.
O projeto tem por objetivos retomar um trabalho de urgência na troca e reposição de materiais essenciais na moradia de pessoas que estão passando por um momento crítico na pandemia, trabalhar com cor sobre os muros, casas, portas, etc. Pintar realmente as coisas, preparar a superfície, lixando, aplicando base esmalte, impermeabilizando a madeira. Tornar o material mais resistente e fraterno. E ainda criar relações entre as edificações possibilitando composições, incorporar novas ideias criadas pelo grupo de criação e moradores, tornar público e problematizar as condições de moradia dessa comunidade.
Sobre o Arte no Dique
28 de novembro de 2002. Nessa data foi lançada a pedra fundamental do Instituto Arte no Dique. Passados 19 anos, mais de 15 mil pessoas, em grande parte moradores do Dique da Vila Gilda, em Santos, frequentaram as oficinas da instituição, tiveram acesso à cultura e à arte. “Cultura como um todo”, como costuma dizer o presidente da ONG, José Virgílio Leal de Figueiredo, já que o Arte no Dique trabalha, com seus colaboradores, alunos, frequentadores, parceiros, a questão da cidadania. Desde a entrega semanal de leite para a comunidade, até as oficinas de percussão (que deram início ao projeto), violão, dança, informática, customização, as exibições de filmes seguidas de debates, shows. Artistas de renome como Gilberto Gil, Moraes Moreira, Sergio Mamberti, Lecy Brandão, Wilson Simoninha, Hamilton de Holanda, Armandinho Macedo, Luiz Caldas, Geraldo Azevedo, Luciano Quirino, entre outros, já se apresentaram no espaço.
Diariamente, cerca de 600 pessoas participam do projeto, que tem a missão de oferecer oportunidade de transformação e desenvolvimento humano e social a crianças, adolescentes, jovens e adultos através da participação da comunidade em ações educativas, de geração de renda, meio ambiente e valorização da cultura popular da região. O trabalho sério, que gerou importantes resultados inclusivos, levou a instituição a tornar-se referência em inclusão social, no Brasil e no exterior, sendo convidada diversas vezes festivais e congressos.
Outras informações em www.artenodique.com.br
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