– Aparência e bens materiais: assim como na aristocracia, o século XXI vive das aparências, mas ao invés de dotes, terras e, infelizmente casamentos de fachada – que continuam em voga (!!), agora na era em que muitos vivem de status, são os famosos likes, roupas e carros caros que definem boa parte do “sucesso” pessoal ou até, pasmem, profissional. Quando na verdade, Austen já dizia que a busca pela perfeita ascensão social é tóxica e destrói qualquer relacionamento, com isso entende-se também o consigo mesmo. Expectativa é a mãe da frustração.
– Preconceito: está embutido na sociedade desde sempre, em diversas classes, minorias, grupos e, principalmente, de gênero. A tratativa de como as mulheres são inferiorizadas acabam não só com a vida delas, mas reforçam toda a masculinidade prejudicial para os próprios homens. Mulheres ativas e que tomam suas próprias decisões são um passo importante para a construção econômica de um país e para a sociedade inteira, além de considerar o mais essencial, o livre arbítrio, afinal, ela é um ser humano. Em Orgulho e Preconceito, a luta principal é pelo direito de amar e Jane embutiu essa questão dentro de discussões mais politizadas com maestria.
– Hipocrisia: está por todos os lados. No religioso que fala que não pode, mas faz escondido; naquele que diz que “eu faço, mas o próximo não pode fazer”; ou mesmo, naquele que não faz, mas esquece-se de que o outro tem suas convicções e vontades próprias. O que é mais atual que este cenário? A narrativa expõe bem este ponto e mostra todas as máscaras, a falta de sensibilidade de alguns personagens e suas destrutivas consequências. E fica o aprendizado!
– Orgulho: esse sentimento destrói qualquer relação. Há uma linha tênue entre ser seguro de si, amar a si mesmo, e a falta de humildade. Muitas pessoas perdem oportunidades incríveis na vida por conta do orgulho e há também aqueles que não conseguem enxergar seus próprios erros e como eles podem pré-julgar e prejudicar o contexto de algo perfeito, levando-os direto a derrota. Retratado no clássico, o orgulho pode ter sérias consequências.
Esses conceitos, tão comuns na época em que os livros foram escritos, seguem nos cercando no dia a dia e se tornam altamente palpáveis, nos trazendo a identificação imediata com a história e com as personagens dela.
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