O Retorno de Mary Poppins (2018)

Um clássico que retorna as telas, Mary Poppins encantou gerações desde seu lançamento em 1964, e agora, em O Retorno de Mary Poppins a personagem volta a nos abrilhantar com seu carisma e sua magia. Conferimos o filme no Cine Roxy nesta última quarta (19/12).

 

Estéticamente, o filme é uma fonte de nostalgia sem fim. A escolha de manter-se no período histórico onde o primeiro filme se passa permite que seus olhos se encham de alegria ao avistar a famosa casa na Rua das Cerejeiras, número 17. No contexto, as mudanças são mais internas do que externas. Com Jane e Michael Banks adultos (Emily Mortimer e Ben Whishaw, respectivamente), a magia acabou saindo de suas vidas e se tornou apenas uma memória de infância. As crianças são um espetáculo a parte, e levam a história com leveza e alegria. É claro desde o começo do filme que Poppins está de volta para ajudar seus antigos protegidos, uma vez que as crianças se viram muito bem.

 

Os elementos de ligação do filme se conectam diretamente com seu antecessor, buscando inspirações em objetos, locais e menções para montar a nova história. As músicas, todas novas criações, são muito bem executadas por todos os atores, deixando a trilha sonora cativante e divertida, não tentando em momento algum sobrepujar o filme anterior.

 

Emily Blunt está espetacular no papel da mágica babá. Na árdua tarefa de calçar os sapatos de ninguém menos que Julie Andrews, a atriz entrega uma Mary Poppins cheia de personalidade, multifacetada e tão pomposa quanto a original, homenageando a personagem original mas mantendo sua própria versão o tempo todo. Ao seu lado está Jack (Lin-Manuel Miranda), aprendiz de seu antigo amigo Bert. O aprendiz participa bem mais da história da família e da resolução de situações do que seu antecessor, que aparecia esporadicamente. Miranda atua, canta e dança com maestria, deixando impressionados todos que observam sua performance.

 

Um dos momentos icônicos do original, o filme traz novamente uma mistura de atuação com animação, e o faz de forma brilhante. Das participações especiais, os destaques vão para Colin Firth, que apesar de aparecer pouco rouba a cena, e Meryl Streep, que tem um momento muito especial do filme. Seria covardia colocar aqui a cena de Dick Van Dyke, pois o momento é tão mágico para fãs do filme antigo que a sensação ao vê-lo suplanta qualquer outra durante todo o longa. Um momento mágico e especial, como Mary e Bert nos fazem acreditar.

 

O filme não tenta em momento algum suplantar o original, e nesse aspecto ele se torna ainda melhor. Uma homenagem para o clássico de Julie Andrews, trazendo uma nova roupagem e um frescor para a saga, e nos presenteando com mais uma história de nossa babá favorita.

Sarah Campos

Fundadora do Sahssaricando. Vive com a cabeça no mundo da lua, parou no tempo do Balão Mágico e tem alma oitentinha. Gosta de assuntos bons o suficiente para render horas de conversa e é uma eterna aprendiz da vida.

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